sexta-feira, 2 de abril de 2010

Quilómetros no meio do verde

Passadiço em construção será o primeiro passo do maior parque natural do Grande Porto.

A Câmara da Feira começou a construir um passadiço junto às margens do rio Cáster (Uíma) com quatro quilómetros de extensão e integrado numa imensa área verde. É o primeiro passo para a criação daquele que será o maior parque natural do Grande Porto.

A paisagem é deslumbrante. Ao chilrear constante dos pássaros que salteiam frenéticos de ramo em ramo junta-se o som de pequenas linhas de águas e do rio Uíma, que serpenteia um cenário em tons de pastel onde o verde das árvores e a vegetação singular dão vida a uma imagem digna de um bilhete postal.

O Lugar da Preta, na freguesia de Fiães, Feira, tornou-se no ponto de partida para a construção do primeiro quilómetro do passadiço em madeira destinado a percursos pedonais e de ciclovia junto às margens do Uíma. Estará concluído em Junho próximo, se o clima não atrasar os trabalhos. Numa segunda etapa, que deverá arrancar em 2011, a estrutura estender-se-á até aos quatro quilómetros, chegando à confluência das freguesias vizinhas de Lobão e Sanguedo. No total, o investimento é de 800 mil euros.

O local onde a há quatro décadas os adolescentes transformavam as pequenas represas do Uíma em piscinas improvisadas promete agora renascer e reavivar as memórias de tempos idos. "È um património muito bom que aqui temos. Um cenário natural único, que pretendemos valorizar e colocar á disposição da população", referiu o vereador das Obras Municipais e responsável pelo projecto, Emídio Sousa.

A ambição é cobrir os 16 quilómetros em que o rio Uíma atravessa o concelho de Santa Maria da Feira, ao longo das freguesias de Canedo, Vila Maior, Sanguedo, Fiães, Lobão, Caldas de S. Jorge, Pigeiros, Escapães e Arrifana.

"É um projecto para durar vários anos", afirmou o vereador, lembrando que a Autarquia tem encontrado algumas resistências. "Além dos custos, as maiores dificuldades prendem-se com direitos de passagem e aquisição de terrenos. São muitas pessoas e, quando se apercebem do interesse da Autarquia, têm tendência a pedir preços elevados", atentou.

"A primeira fase do passadiço já estaria concluída há dois anos se não fossem as dificuldades com os terrenos", acrescentou, salvaguardando, contudo, que até há quem ofereça parcelas.

O passadiço tornou-se o mote para a criação daquele que, segundo o autarca, será o maior parque natural do Grande Porto, com 400 hectares. O Parque das Ribeiras do Uíma (designação provisória) irá abranger uma área entre Fiães e Lobão. Estão já a ser adquiridos terrenos. Emídio Sousa garantiu que serão necessárias apenas pequenas infraestruturas de apoio aos visitantes. "Os proprietários de alguns moinhos serão incentivados a recupera-los e a transforma-los em pequenos bares. Queremos ainda criar alguns campos de jogos informais", exemplificou.

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