segunda-feira, 23 de maio de 2011

Via Feira-Arouca em modelo PPP e com portagens?

A solução para viabilizar, a curto prazo, a construção da ligação Feira-Arouca (entre o nó da A1 na Feira e Mansores) poderá passar por uma parceria público-privada, semelhante à desenhada pela Associação de Municípios Terras de Santa Maria para o Parque Empresarial de Reciclagem de Materiais (PERM), em que o risco fica do lado do privado.

Garantidos 80 milhões de euros de fundos comunitários, através do Programa Operacional de Valorização do Território, ficam a faltar os 20 milhões da componente nacional, correspondente a 20 por cento do investimento elegível. O problema reside precisamente neste ponto. Segundo explicou o presidente da Câmara da Feira, na última reunião do executivo, o Estado não estará em condições de garantir esse montante nem de autorizar que a “Estradas de Portugal” se financie na banca para esse efeito. “Foi-nos proposto que as câmaras o fizessem, mas está fora de questão” - disse.

Assumindo a necessidade desta ligação, não querendo desperdiçar a oportunidade de dispor de fundos comunitários e sabendo das restrições a que o Estado está sujeito, no âmbito do acordo celebrado com a “Troika”, as autarquias estudam a possibilidade de recorrer a uma parceria público-privada para concretizar esta velha aspiração da região sucessivamente adiada. Exploram a possibilidade de encontrar um parceiro privado que suporte os 20 milhões da componente nacional, a troco, por exemplo, da receita das portagens cujo valor seria reduzido a um quinto da tarifa corrente. “Com o dinheiro do Estado, dificilmente teremos estrada” - comentou o presidente.

O conceito está a ser discutido entre as câmaras de Entre Douro e Vouga e a Estradas de Portugal. Implicaria, nomeadamente, autorização para delegar nas autarquias a elaboração e apresentação das candidaturas e a selecção do parceiro privado.

@ Terras da Feira

10 comentários:

Anónimo disse...

:facepalm:

Hélder Aguiar disse...

Com o actual traçado, não terá tráfego que justifique o investimento. É impossível. Ninguém de SJM, OAZ ou Vale de Cambra utilizá a estrada para chegar à Feira ou vice-versa com um desvio a norte tão grande e com custos... Que desperdício de recursos... E perder-se-á para sempre a oportunidade de ter uma verdadeira estrada de ligação entre a Feira e SJM e o resto da região, que faça diferença na vida das pessoas! A via não pode ser Feira-Arouca mas SIM Feira-SJM/Arrifana-Arouca. Para os habitantes de Arouca, espero que a variante chegue ao nó da A32 o mais rápido possível. O resto do traçado espero que possa ser alterado para se adequar às necessidades das pessoas.

Pedro disse...

Nimpo, o traçado vai ter uma ligação a SJM/Arrifana. Tem é o nome de Via Feira Arouca!

Hélder Aguiar disse...

Pedro, não sei se conhece o trajecto, mas esse nó SJM/Arrifana para a N1/IC2 é na parte norte de Nadais (na zona do restaurante Roda da Laje), cerca de 2,5km a norte do actual. É inacreditável acharem que quem vem de SJM, Oliveira ou Vale de Cambra fará esse desvio absurdo para a ligação à cidade da Feira! Nem se fosse gratuito quanto mais pago : )

Bruno Costa disse...

Nimpo, já sabes que concordamos quanto ao traçado... de qualquer forma, se (e acredito que sim) este traçado não vai trazer investidores interessados, muito menos o terá uma ligação de Mansores à A32. Nem o concessionário da A32 está interessado nesse investimento.

Quanto ao desperdício de recursos (e voltando a concordar com a questão do traçado) é que pela primeira vez há verbas... fundos comunitários que se forem perdidos talvez nunca mais voltem a estar disponíveis... importa tratar este caso com o máximo cuidado!!!

Hélder Aguiar disse...

É que repara Bruno, a variante chegando à A32 haverá ligação de Arouca à A1 na Feira através da nova via de ligação da N223 à A32 (a via de ligação de Arrifana à A32). Uma nova N223, a ser feita, tem que continuar servir a sua população alvo. Tem que haver uma outra solução. Será um erro fazer isto, o eixo urbano Feira-SJM-Oliveira perderá muito potencial. Perder-se-á para sempre a oportunidade de uma via rápida que una as 3 cidades e que faça diferença na economia da região...

Bruno Costa disse...

É verdade, mas a N223 é claramente insuficiente para o que se pretende. Uma vez mais mais, concordo que o traçada deveria ser mais a sul... mas também temos de concordar que TODAS as variantes acabam por ter traçados mais longos que as estradas de origem. A própria A32 tem um traçado no meu entender demasiado interior, o que aumenta o número de quilómetros na ligação SJM-Gaia, por uma simples razão: um traçado mais litoral esbarrava com Fiães... seriam desnecessários mais desnivelamentos e 2 túneis. A ligação rápida Feira-Ovar [N223 A1-Maceda + troço da A29] é CLARAMENTE mais longa que a estrada original, mas nem por isso vez este acesso com défice de tráfego [e neste momento também é pago... e bem pago].

Esta via por si só conseguirá eliminar muito do trânsito da N223... estrada que terá de ser encarada não como uma estrada rápida, mas como uma nacional urbana. "Nunca" vamos avançar com projectos de desnivelamento de nós... rotundas venham elas... e se tudo correr bem este ano virão 3 a caminho no troço Sanfins-Escapães. Penso que só isto será um empurrão gigante para a fluidez do trânsito e dos acessos à estrada.

Hélder Aguiar disse...

Bruno, mas há um limite para o razoável. Neste caso a N223 inflecte 2km a norte - no sentido oposto à direcção em que supostamente deveria de ir. É ridículo. Mais, em vez de terminar em faixas de aceleração/desaceleração para o IC2 como actualmente, vai terminar em 2 rotundas e na velhinha N1 que por muito boa vontade será sempre uma estrada urbana... Sinceramente não vejo maneira de essa solução ser melhor do que actualmente temos. Mas percebo a diferença que pode fazer na cidade da Feira esta nova estrada e aí sim, haverá vontade para túneis e nós desnivelados.

Bruno Costa disse...

Hélder, eu já nem falo no troço que atravessa à cidade [nestes 2/3 Km acho que a vantagem é global; embora a Feira tire muitas vantagens em urbanismo e interligação da cidade, o facto haver uma via 2x2 a ligar o EDV mais interior à A1 e ao litoral só tem vantagens, ainda para mais com menos ligações "manhosas" do trânsito da cidade]... e sim, a N223 naquele local será sempre uma via urbana, onde para além de rotundas e passeios não vejo muito mais a fazer... e essa foi uma das questões que mais pesou na opção pelo traçado 3 [no momento da ponderação dos estudos ambientais e de tráfego e da opinião das autarquias [provavelmente só das duas directamente afectadas].
Por outro lado, e esta questão tem sido pouco levantada (eu próprio me esqueço), temos a AMTSM e a CMF a verem com muito bons olhos esta estrada passar mesmo ao lado no PERM e conseguir um acesso directo ao parque empresarial através do nó com N1.

Diz-me uma coisa: não percebi o que queres dizer com "em vez de terminar em faixas de aceleração/desaceleração para o IC2 como actualmente, vai terminar em 2 rotundas e na velhinha N1". Estás a falar na reformulação do nó de Escapães?

Hélder Aguiar disse...

Estava-me a referir ao nó da via Feira-Arouca com a N1 - quem sai da via entra na N1 por rotunda em vez da situação actual - uma faixa de aceleração para o IC2. Imagina o trânsito todo da actual N223 entrar para a N1 esbarrando com uma rotunda. Enfim, tudo isto é demasiado absurdo. Colocar um parque empresarial embrionário à frente dos outros concelhos diz tudo sobre o sentido regional do Sr. Alfredo Henriques. Por mim, ele podia por a N223 a cruzar a N1 em S. João de Ver, ou melhor, um muro a separar a Feira de SJM e pensar que está a beneficiar com isso.