Esta Krónika não pretende lutar contra interesses instituídos e muito menos entrar na onda que parece estar a esmorecer, em que se lutava pelo Cavaco a freguesia. Apenas pretendo relatar uma retrospectiva de factos e as atitudes da população, reflectindo sobre a sua génese.
Será por vontade própria? Ou teremos um poder local que se esquece de certos locais?
Há vários anos que a metade norte da cidade da Feira é esquecida por todos... sim, METADE... para lá da variante está metade de uma freguesia que parece não existir. Se não fossem empresas privadas aquela que é hoje uma área em plena expansão, não passaria de um bairro suburbano, a fazer lembrar, quem sabe Vila D'Este!
Para entrar no tema vou colocar-me na cabeça de um habitante da zona mais central da Feira.
- Vamos às compras!
- Onde? Cavaco ou Cruz?
- Cavaco, credo! Vamos à Cruz!
Há anos se ouve tal coisa... porquê? Este exemplo das compras é apenas um e pode ter uma explicação na dimensão dos espaços comerciais, mas se pensarmos bem há outras causas. Mesmo ficando o Cavaco mais perto, lá vai toda a gente para a Cruz. Também não vou pôr em causa esta movimentação de pessoas, até porque se o hipermercado da Cruz estivesse no Cavaco o caos seria inimaginável!
Vamos avançar ponto por ponto.
Há 15 anos atrás quando se colocou em cima da mesa a construção de uma escola no norte da cidade o poder local tentou levá-la para S. João de Ver. Com muita casmurrice da DREN, a Ferreira de Almeida acabou mesmo por ser construída dentro das fronteiras da Feira, com a Câmara a querer levá-la para a freguesia vizinha. Tudo isto se assemelha ao problema Souto. A DREN aprova uma nova EB 2,3 para a cidade sede e a Câmara tende em levar a escola para a freguesia mais a sul... consequência: o processo arrasta-se há anos e pelo que se sabe a nova escola morreu. A DREN vai mesmo ampliar as duas escolas da cidade. Assim a Câmara não pode reclamar por impossíveis. A verdade é que a escola está no Cavaco, e o que fazem os pais das crianças? Arranjam moradas fictícias no centro da cidade para levar os filhos para a Fernando Pessoa, com muito piores condições estruturais.
Um ponto a favor das mentalidades moldadas!
A abertura de uma farmácia a norte da cidade e a consequente entrada na rota dos serviços trouxe muito descontentamento aos habitantes da zona central da cidade:
- Agora nem temos farmácia na Feira!
Esta frase e outras semelhantes ouviram-se durante meses... mas a farmácia está mesmo na Feira! E há mais, quando esta farmácia está de serviço, toda a população do norte do concelho não tem de fazer desvios à saída do hospital para comprar os medicamentos. Ou seja, só traz vantagem para o concelho.
Mais um ponto para as mentalidades!
Mas quem cria este problema na cabeça das pessoas?
O poder local e a sua incapacidade de resolver problemas de décadas!
O Cavaco está mais próximo do centro da Feira que a Cruz, mas é mais difícil fazer esse percurso. A falta de uma alternativa à Av. 5 de Outubro e uma Rua da Circunvalação inacabada tornam num martírio o dia-a-dia de todos os que por ali têm de passar!
Aqui está a chave da questão...
Continuamos com um concelho desmembrado e partido em postas... é preciso uni-lo com boas vias de comunicação internas. Esqueçamos as auto-estradas por uns tempos: que se construa a Feira-Nogueira (primeiro troço já no terreno), a Av. da Europa, o Eixo das Cortiças, a Variante Feira-Arouca e várias ligações internas de freguesias que representam investimentos muito reduzidos, mas continuam à espera de solução.
Depois de tudo isto há quem fale na emancipação e criação de uma nova freguesia... discordo totalmente, até porque sou a favor da união, mas é já tempo de se olhar para o Cavaco... melhorando a qualidade de vida de grande parte dos habitantes do concelho da Feira.
Deixem crescer a cidade... só assim é possível que as freguesias periféricas crescem também!
NOTA: o título desta Krónika foi gentilmente cedido pela súbita mudança de nome do apeadeiro do Cavaco, qualquer semelhança com outras designações terá sido fruto da circunstância.
Será por vontade própria? Ou teremos um poder local que se esquece de certos locais?
Há vários anos que a metade norte da cidade da Feira é esquecida por todos... sim, METADE... para lá da variante está metade de uma freguesia que parece não existir. Se não fossem empresas privadas aquela que é hoje uma área em plena expansão, não passaria de um bairro suburbano, a fazer lembrar, quem sabe Vila D'Este!
Para entrar no tema vou colocar-me na cabeça de um habitante da zona mais central da Feira.
- Vamos às compras!
- Onde? Cavaco ou Cruz?
- Cavaco, credo! Vamos à Cruz!
Há anos se ouve tal coisa... porquê? Este exemplo das compras é apenas um e pode ter uma explicação na dimensão dos espaços comerciais, mas se pensarmos bem há outras causas. Mesmo ficando o Cavaco mais perto, lá vai toda a gente para a Cruz. Também não vou pôr em causa esta movimentação de pessoas, até porque se o hipermercado da Cruz estivesse no Cavaco o caos seria inimaginável!
Vamos avançar ponto por ponto.
Há 15 anos atrás quando se colocou em cima da mesa a construção de uma escola no norte da cidade o poder local tentou levá-la para S. João de Ver. Com muita casmurrice da DREN, a Ferreira de Almeida acabou mesmo por ser construída dentro das fronteiras da Feira, com a Câmara a querer levá-la para a freguesia vizinha. Tudo isto se assemelha ao problema Souto. A DREN aprova uma nova EB 2,3 para a cidade sede e a Câmara tende em levar a escola para a freguesia mais a sul... consequência: o processo arrasta-se há anos e pelo que se sabe a nova escola morreu. A DREN vai mesmo ampliar as duas escolas da cidade. Assim a Câmara não pode reclamar por impossíveis. A verdade é que a escola está no Cavaco, e o que fazem os pais das crianças? Arranjam moradas fictícias no centro da cidade para levar os filhos para a Fernando Pessoa, com muito piores condições estruturais.
Um ponto a favor das mentalidades moldadas!
A abertura de uma farmácia a norte da cidade e a consequente entrada na rota dos serviços trouxe muito descontentamento aos habitantes da zona central da cidade:
- Agora nem temos farmácia na Feira!
Esta frase e outras semelhantes ouviram-se durante meses... mas a farmácia está mesmo na Feira! E há mais, quando esta farmácia está de serviço, toda a população do norte do concelho não tem de fazer desvios à saída do hospital para comprar os medicamentos. Ou seja, só traz vantagem para o concelho.
Mais um ponto para as mentalidades!
Mas quem cria este problema na cabeça das pessoas?
O poder local e a sua incapacidade de resolver problemas de décadas!
O Cavaco está mais próximo do centro da Feira que a Cruz, mas é mais difícil fazer esse percurso. A falta de uma alternativa à Av. 5 de Outubro e uma Rua da Circunvalação inacabada tornam num martírio o dia-a-dia de todos os que por ali têm de passar!
Aqui está a chave da questão...
Continuamos com um concelho desmembrado e partido em postas... é preciso uni-lo com boas vias de comunicação internas. Esqueçamos as auto-estradas por uns tempos: que se construa a Feira-Nogueira (primeiro troço já no terreno), a Av. da Europa, o Eixo das Cortiças, a Variante Feira-Arouca e várias ligações internas de freguesias que representam investimentos muito reduzidos, mas continuam à espera de solução.
Depois de tudo isto há quem fale na emancipação e criação de uma nova freguesia... discordo totalmente, até porque sou a favor da união, mas é já tempo de se olhar para o Cavaco... melhorando a qualidade de vida de grande parte dos habitantes do concelho da Feira.
Deixem crescer a cidade... só assim é possível que as freguesias periféricas crescem também!
NOTA: o título desta Krónika foi gentilmente cedido pela súbita mudança de nome do apeadeiro do Cavaco, qualquer semelhança com outras designações terá sido fruto da circunstância.
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