quarta-feira, 9 de abril de 2008

Cortiça no Espaço

Na pequena vila de Águas de Moura, no Alentejo, existe uma árvora que conquistou a agência espacial americana (NASA). Chama-se “Assobiador” e é o mais antigo e produtivo sobreiro do mundo. Tem 300 anos, 14 metros de altura e pertence à empresa Amorim Cork Composites, do empresário Américo Amorim, o mais rico de Portugal segundo o ‘ranking’ da revista “Forbes”. A cortiça que esta árvore produz – que pode ir dos 650 aos 1200 quilos, dez vezes mais do que a produção normal de um sobreiro – é fundamental para o revestimento de foguetões, satélites, sondas e ‘space shuttles’. “Resiste a temperaturas de dois mil graus, é um material muito leve e maleável e, mesmo quando entra em combustão, isso acontece de maneira muito lenta e sem perda de forma”, explica Alexandre Pereira, engenheiro da Amorim Cork Composites.

A cortiça tem, por isso, o perfil ideal para sobreviver a ventos solares, radiações cósmicas e amplitudes térmicas. Sabendo disso, o grupo Amorim viu na NASA uma oportunidade de negócio. Em 1995, comprou uma empresa americana, a GTS, que já vendia cortiça para a agência espacial. “É um bom cartão de visita. Se a agência utiliza a cortiça em veículos e missões espaciais, mais facilmente esses produtos serão usados pelas indústrias aeronáutica, ferroviária e naval”, explica Nuno Faria, director de marketing da empresa.

Por isso, o objectivo é estabelecer parcerias, como a que foi acordada em 2007 com a Airbus. As peças para a fuselagem dos aviões são feitas a partir da cortiça portuguesa. A Amorim Cork Composites facturou no ano passado 85,7 milhões de euros e, menos de um por cento deste valor, (aproximadamente 850 mil euros) veio dos negócios com a NASA. Com a agência espacial europeia (ESA), a empresa tem um projecto de investigação. “A cortiça ainda tem muito potencial para ser descoberto”, conta Alexandre Pereira.

Até chegar ao espaço, esta matéria-prima tem de passar por diversas fases de transformação. Depois de ser extraída dos sobreiros plantados na região do Alentejo é transportada em camiões para a fábrica da Amorim, na freguesia de Mozelos, em Santa Maria da Feira. A seguir, é colocada em máquinas trituradoras, para ficarem em pequenos grânulos. O produto final, que faz lembrar uma gigantesca duna do deserto do Sara, é guardado em armazéns e, posteriormente, embalado em volumosas sacas. “Por fim, partem em navios a caminho da nossa fábrica, nos arredores de Chicago. Ali, os grânulos são misturados com resina e transformados em placas próprias para o revestimento dos veículos espaciais”, conta Alexandre Pereira.

in Diário Económico

1 comentário:

Anónimo disse...

Liga Fut 7 Edição de 2008
Incrições até ao dia 25 de Maio. valor 375€ Premio final 1500€ Torneio de futebol 7 Jogadores com mais de 16 anos
Zona Norte: Gaia; Maia; Gondomar e Aveiro
Zona Sul: Cascais; Sintra; Almada e Expo
Inscreve já a tua equipa
Mais Informações em:www.ligafut7.pt
Cumprimentos, Daniel Vilarinho