sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As contas do Tribunal

A factura que o Ministério da Justiça paga pelo aluguer do edifício que acolhe o Tribunal da Feira não pára de crescer. Aos 52 mil euros mensais do aluguer somam-se, agora, mais 10500 para o estacionamento de 38 viaturas.

No final dos 15 anos de contrato efectuado com o proprietário privado do prédio de escritórios que foi transformado no novo Tribunal da Feira o Estado terá despendido cerca de 11,3 milhões de euros. Um custo total relativo as novas instalações que foram ocupadas a 13 de Outubro de 2008, depois do risco iminente de colapso das antigas instalações e que obrigou a uma saída repentina das instalações.

O presidente da Câmara, Alfredo Henriques, defende a construção de um novo Palácio da Justiça em alternativa ao actual imóvel, disponibilizando mais uma vez o espaço para o efeito. " A intenção da Câmara enquanto eu for presidente é de deixar o espaço do antigo tribunal livre para que seja construído um novo palácio da justiça", disse o autarca. Hipótese que chegou a ser equacionada pelo Governo, mas foi abandonada.
Conclusão... nada que já não tenha escrito, o Governo anda mais uma vez a "gozar" com os portugueses. Continua não caber na minha cabeça que se arrende um edificío em vez de se construir um espaço de raíz. Mais uma vez se arranjam soluções de recurso, com espaços adaptados, sem as condições ideais, sem capacidade de futuro... mais uma vez se deita dinheiro ao lixo. 11,3 milhões de euros daria para construir quantos tribunais em Santa Maria da Feira?
E a isto acrescento... a confirmarem-se os rumores, qual o acréscimo de renda para o espaço destinado ao Tribunal de Comarca do EDV dentro de 2 anos?

3 comentários:

Pedro disse...

Acho que só há uma palavra para descrever este absurdo: VERGONHOSO! Isto deixa qualquer pessoa boquiaberta...

O Conspirador disse...

Concordo em pleno contigo,mas não posso deixar de reparar que este negócio pese embora, seja altamente lesivo para os cofres do estado e para o bolso dos contribuintes, acaba por ser um negócio bastante interessante para os donos do prédio, salvo erro os manos Patrício, que ali garantem um excelente encaixe financeiro, num empreendimento que estava praticamente condenado a ser um fracasso.
É aqui que está o c(h)erne da questão, aparentemente parece um absurdo acto de gestão, pagar tanto dinheiro de renda por um edifício que nunca será nosso, quando se calhar pelo mesmo dinheiro da renda, amortizar-se-ia um empréstimo para pagar a construção de um edifício de raiz.
Parece estranho não é? vá-se lá saber porquê?...
Cumprimentos

Bruno Costa disse...

Absolutamente verdade... para os Patrícios foi claramente a salvação para um projecto que nasceu no momento errado. Mas isso não pode de todo ser justificação para uma opção governamental de excluir precocemente a construção de um espaço de raiz... ainda para mais quando o terreno está mesmo ali, mais uma vez cedido pela Câmara.