quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CCTAR na CAIXA das ARTES


Com uma longa e consolidada experiência no domínio das Artes e Teatro de Rua, associada a eventos culturais de referência como o festival Imaginarius, a Viagem Medieval e a Terra dos Sonhos, que potenciam a oferta turística da Região Norte, o município de Santa Maria da Feira avança agora para um novo patamar de desenvolvimento nesta área, com a construção do Centro de Criação de Teatro e Artes de Rua (CAIXA DAS ARTES).

A experiência adquirida nesta área, as condições criadas e a atractividade que exerce sobre públicos e criadores constituem uma oportunidade única para o município feirense agregar recursos e conteúdos criativos de uma forma estruturada e organizada, através da CAIXA DAS ARTES, que constituirá uma alavanca para o Turismo Cultural e Criativo.

Investimento de 8,5 milhões

O contrato de financiamento assinado esta quarta feira, 23 de Fevereiro, na BTL – Feira Internacional de Turismo 2011, por Alfredo Henriques, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, e Mário Rui Silva, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), representa um investimento de 8,5 milhões de euros, comparticipados em 80 por cento por fundos comunitários, destinados à construção de espaços e equipamentos vocacionados para a criação e apoio a artistas, acolhimento empresarial de negócios criativos, e investigação e produção de conhecimento. O Centro de Criação de Teatro e Artes de Rua resulta de uma candidatura ao Sistema de Apoio ao Cluster de Indústrias Criativas, do programa ON.2 – Novo Norte. Os trabalhos terão início no decurso de 2011 e deverão estar concluídos até ao final de 2014.


A CAIXA DAS ARTES é uma plataforma interdisciplinar e multifuncional, constituída por dois pólos distintos, mas complementares, que congrega seis valências: residências artísticas; incubadora de criatividade para artistas emergentes; acolhimento empresarial de negócios criativos; departamento de investigação para artes do espaço público; serviço de aprendizagem e educação criativa; e espaços cénicos de (re)criação e representação artística.

Academia e Villa

A implantar numa zona de fácil acesso, próxima do centro da cidade de Santa Maria da Feira, o Pólo I (ACADEMIA) é um espaço amplo, vocacionado para a criação, que privilegia uma íntima relação entre a produção e o consumo artístico. Aqui ficam instaladas as valências de residências artísticas, incubadora de criatividade para artistas emergentes e acolhimento empresarial de negócios criativos, com oficinas para produção de todo o tipo de objectos, adereços e cenários para teatro, apresentação de pequenos espectáculos de teatro e artes performativas, artes de rua, concertos, conferências, entre outros, assim como as residências para artistas. O programa completa-se com uma praça exterior para representação.


A construir em plena área central da cidade de Santa Maria da Feira, o Pólo II (VILLA) é um espaço de intercâmbio entre criadores e consumo de projectos criativos. Aqui ficam instaladas as valências de serviço de aprendizagem e educação criativa, assim como espaços interiores (AUDITÓRIO ANTÓNIO LAMOSO) e exteriores para apresentação de espectáculos de grande formato: teatro e artes performativas, concertos, espectáculos de dança, cinema (tecnologia digital) e conferências. Para o exterior está contemplado um grande espaço para representação, que aproveita o lago existente numa antiga pedreira e o transforma num palco ao ar livre, assente sobre sistema de jangada, apto a acolher espectáculos de teatro de rua, som, iluminação e pirotecnia. Numa segunda fase, toda a zona envolvente deste pólo será transformada numa grande praça da cidade, palco de variados espectáculos.

Considerando que as artes de rua são uma área artística pouco desenvolvida no plano da oferta no nosso País, mas com um potencial de crescimento de mercado, registando um constante aumento da procura, a CAIXA DAS ARTES assume-se como a única alternativa nacional à oferta estrangeira de grandes projectos para o espaço público e uma resposta à escassez de espaços de criação multidisciplinar com estas características. A construção deste Centro de Criação de Teatro e Artes de Rua em Santa Maria da Feira perspectiva, por isso, um forte impacto na criação artística e abertura de novos mercados, e um significativo aumento do valor económico para estas actividades na Região Norte e no País.

9 comentários:

Anónimo disse...

No primeiro render existem 5 árvores que não existem lá. Para ter tal grandes árvores ... só em 60 anos ...

Por que isso é importante ?

Simplesmente é a tentativa dos responsáveis camuflar que o centro comercial vai desfigurar esta zona. Da ilusão de ter uma praça ali nem quero falar ...

Bruno Costa disse...

Acho que a ilusão está em muitas mentes... aqui vejo realidade... sustentabilidade... planos de futuro... e integração urbana.

Quanto ao "centro comercial" que "vai desfigurar a zona"... onde está ele? Uma galeria comercial está projectada... um centro comercial... esse, sim, só se fosse subaquático, tal como afirmam algumas "mentes" para certas questões deste projecto.
Quanto ao desfigurar a zona... como é possível? O que pode desfigurar uma fábrica abandonada, cheia de lixo e "bicharada" em pleno centro de uma cidade?

Começo a duvidar que temos velhos dos restelo em versão feirense... telvez sejam mais MENTES DO CONTRA... para as quais, sendo bom ou mau, está tudo mal! Menos meus senhores!!!!

Anónimo disse...

Como leitor do seu blog notei que do seu lado existe uma grande confiança no executivo camarário. Não quero tirar esta ilusão ...

Na minha opinião um futuro executivo camarário precisa ser mais aberto para as ideias dos feirenses e abraçar as possibilidades da participação ("social capital").

Os feirenses não são "mentes do contra" como o senhor diz. Sem a liberdade de opinião e participação a democracia e o capitalismo não tem sustentabilidade e fundamento. Neste projecto podes bem identificar a falta de visão e planeamento da câmara municipal.

Um bom exemplo para o dito é o aspecto da sustentabilidade. O projecto nem tem paneis fotovoltaicos. Eu gostava saber:

1. Qual são os custos operacionais p.a. ("overheads") ?
2. Qual são as medidas tomadas para criar uma situação "win-win" para reduzir energia e CO2 ?

Bruno Costa disse...

Como leitor atento, acredito que tenha notado uma certa confiança em certos projectos deste executivo (e este é um caso)... e não na totalidade das medidas... de tal forma não sugeria alternativas. :)

Quanto à abertura às ideias dos feirenses, devo dizer que sempre que tive ideias as fiz chegar a quem de direito... e muitas vezes foram concretizadas. Neste processo, em particular, ninguém pode reclamar de tal... de relembrar que tudo começou há 2 anos com um concurso de ideias ABERTO a todos os interessados.

Os feirenses não "são mentes do contra"... mas alguns são. Eu ACEITO que se critique algo, quando se apresentam dados concretos para a não concretização e se anunciam propostas alternativas. Estar contra porque sim, levantando dúvidas que são facilmente esclarecidas numa consulta ao portal Mirante (ABERTO A QUALQUER PESSOA) não é uma atitude digna de uma democracia madura.

Quanto às duas questões, que já foram colocadas neste blogue, volto a sugerir que sejam colocadas à equipa de projecção, sempre aberta a qualquer contacto... e que inclusive consultou dezenas de interveninetes para os ajustes finais ao projecto. Ninguém melhor do que eles para esclarecer essa ssituações mais técnicas, que volto a dizer desconheço, mas não serão certamente obstáculo à concretização da obra...

Anónimo disse...

Eu não queria responder ao seu post, mas para esclarecer as coisas é sempre bom de dar resposta.

A verdade é a seguinte:

1. O portal "Mirante" não serve - nem foi projectada - como "enabler" de processos de participação da população ou concursos de ideias. A consultação do portal não permite esclarecer as dúvidas mencionadas.

2. Respectivamente a vontade da câmara municipal de concretizar construtivas ideias e sugestões ouvi de antigos presidentes de junta outras coisas.

Sem a publicação na comunicação social (ou nos blogs) a câmara não se mexe ...

Bruno Costa disse...

1. nunca afirmei tal coisa... mas quanto às suas dúvidas quanto à galeria comercial... há mais de um ano que as questões de enquadramento estão disponíveis no portal;

2. nunca poderemos falar no passado ("antigos presidentes de junta")... o que conta é o presente... «águas passadas não movem moinhos»

3. quanto à questão da comunicação... são constrangimento da nova era, e tal acontece com a globalidade das instituições (e não só Câmaras) deste país... e temos nestas ferramentas uma segunda opção da população se fazer ouvir... sem esquecer a primeira: comunicar com a autarquia. Há muito que vejo críticas de falta de abertura... mas sempre que questiono de tais procedimentos, a verdade é que a generalidade das críticas partem de quem nunca tentou sugerir absolutamnete nada!

Anónimo disse...

Vou dar a minha simples opinião de feirense de gema:
Acho um projecto muito bonito sim senhor, mas será que há mesmo verba para esta obra por parte da CMF?
E o nome do Sr. António Lamoso Regal de Castro vai ser mesmo preservado?
E no período dos 4 anos previstos de obras, para onde vão todas as actividades que mantêm lotado actualmente o Cine-Teatro António Lamoso?
Saudações para todos e ao bloguista.
L.O.

Bruno Costa disse...

Bem, L.O., vou esclarecer aquilo que posso.
Quanto a verbas, o orçamento municipal para 2011 já prevê verba para o CCTAR (a autarquia deve salvaguardar os 20% do valor que lhe cabe até ao final do prazo da obra). Aliás este foi o principal motivo para a proposta de suspensão da edição 2011 do Imaginarius, situação que se irá contornar com novas medidas de captação de receita pelos eventos feirenses.
Quanto ao nome de António Lamoso, foi já anunciado publicamente que o novo autitório se designará de "Auditório António Lamoso". Além de que acredito que ele veria com bons olhos este projecto. :)
Quanto ao período de obras, e se tudo correr pelo melhor, não serão 4 anos. Esse é o intervalo para a conclusão global, Caixa das Artes + Pedreira + Praça... o novo auditório deverá abrir portas em 2013... no máximo 2 anos depois das obras se iniciarem. Aquilo que percebi em algumas conversas vagas sobre este tema é que outros espaços na cidade serão utilizados como recurso, eventualmente mesmo uma utilização mais vasta do Europarque. Mas este tema deverá ser aprofundado na sessão pública de apresentação da obra, que decorerá dentro de pouco tempo.

Anónimo disse...

Obrigado pela opinião e esclarecimento bc23.
L.O.