terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sócrates volta com a palavra atrás?

Concessão Vouga em risco?

Afinal parece que as certezas dos últimos meses deixarem de o ser.
No verão passado em Arouca era anunciada a assinada a "ordem" para avançar com a Concessão Vouga pela Estradas de Portugal. Depois de anos de entraves parecia nada mais poder travar a via Feira-Arouca e o IC35... começam agora a surgir dúvidas.
Se no final da semana passada o Ministro das Finanças anunciava o fim das obras rodoviárias, no dia seguinte desmentia... afinal todas as concessões em curso (subentendo com assinatura para avançar) teriam carta branca... novos projectos ficariam na gaveta. Ora, assim sendo, na região EDV apenas o IC2/A32 no troço Oliveira de Azeméis - Coimbra correria riscos. Mas começa a sentir-se muito "fumo"... haverá fogo?
Ontem o Ministro das Obras Públicas voltou à carga e as dúvidas são cada vez maiores. O Diário de Aveiro de hoje dá conta da preocupação arouquense, encabeçada pelo Presidente da Autarquia local e por Paulo Portas... já na Feira nada se ouve.

Enquanto aguardo respostas mais concretas, e acima de tudo direccionadas para este projecto em particular, deixo duas simples questões:

- afinal o Primeiro-Ministro que é tão "certinho" vai voltar a ENGANAR os portugueses? Terá sido mera acção de campanha?

- para que servirá a nova A32 se Feira, Arouca, S. João da Madeira e Vale de Cambra não terão acesso à nova via?


Aguardo por respostas...

15 comentários:

Bruno Costa disse...

Afinal das 6 Concessões em risco já surgiu uma excepção... a Concessão Centro... ou seja, afinal a continuação da A32 até Coimbra poderá avançar... porque será?

O Conspirador disse...

Percebes agora porque é que não se deve prometer aquilo que não depende de nós. discutível? claro que sim.
Se a obra se concretizasse, estarias aqui a fazer laudes à câmara...
Eu também discordo frontalmente com o sentido das prioridades deste governo, mas um pouco de pragmatismo nunca fez mal à realidade e principalmente à verdade.

Bruno Costa disse...

Em primeiro quem prometeu esta obra foi José Sócrates e não o executivo camarário. Mais do que isso assinou e publicou em Diário da República datas para a fazer.
O Ministro das Finanças há uma semana veio mostrar recuos, mas logo no dia seguinte desmentia que as concessões já anunciadas ficassem adiadas. Uns dias depois vem o Ministério das Obras Públicas ditar o fim, ou não...

Segundo, espero para ver evoluções até porque muita tinta ainda vai correr... insisto na reacção que a Brisa tomará (a perda de impacto da nova A32 será substancial... as receitas da Brisa não serão as mesmas... será que não dinheiro para a obra mas há para indemninizar a Brisa?), para não falar de intrenções que possam ditar alterações de rumo.

Terceiro, não ando aqui para elogiar ninguém em particular... mas continuo a reforçar a ideia que mesmo sem ser obra da Câmara o executivo tem muito a fazer EM TUDO... costuma-se dizer que "quem não aprece esquece"... se ninguém puxar nada se faz... daí que reforce tudo o que escrevi especialmente sobre o hospital no teu blogue.

O Conspirador disse...

Não entendo porque ficas tão melindrado pelo facto de eu dizer que fazes a apologia das obras camarárias, eu não vejo nenhum mal nisso, mas que é uma evidência, isso não podes negar. Mas estes pormenores não interessam para nada.
Não faço questão de transcrever aqui aquilo que escreveste acerca desta obra e do papel relevante que teve a Câmara nesse processo, poupo-te a isso.
Claro que foi o governo quem prometeu a obra e claro que deve ser o governo a ser censurado e não a câmara pela suspensão desta via. Agora também te quero dizer que, quando ela foi anunciada a câmara não se escusou a abrigar-se debaixo do projecto para recolher dividendos políticos disso.
Portanto para concluir, o que pretendi dizer com o comentário anterior é que não me parece sério fazer a propaganda de obras que não dependem de nós, sob pena de ficar-mos mal na fotografia. Repara no que a população de Arouca diz do seu presidente da câmara por causa deste processo e o homem se calhar até nem tem culpa nenhuma.

Bruno Costa disse...

Por muito que possa parecer não fico melindrado... nunca escrevi nada a pedido de ninguém e desde sempre tive a liberdade de dizer o que penso. Aceito perfeitamente que não pensemos todos da mesma forma... mas relativamente a esta obra não vi aproveitamento político, até achei que na campanha foi muito pouco usada, para o bem e para o mal, por Câmara e oposição.

Quanto a Arouca... o mesmo se passa por cá... quem está mais perto também apanha com os destroços... mas até porque não deixa de ser verdade... é agora que as Câmaras têm de agir... e provar a urgência da obra há 15 anos atrás... a emergência actual... e o impacto futuro. Voltamos ao mesmo... as Câmaras têm sempre influência... é agora que se os executivos da região souberem trabalhar em conjunto poderemos brevemente dizer para esta obra o mesmo que eu digo face ao hospital.

ATM disse...

Oh! Desculpem mas esta via Feira-Arouca e o IC35... tem que ser feita pois eu preciso de ir a Penafiel, tenho de ir à Freita,
ao Espinheiro,
à Mijarela,
a Alvarenga,
Sra da Mó e São Macário.
Não dispenso Mansores... e as suas pescarias
e os doces conventuais e as "castanhas de Arouca".

Hélder Aguiar disse...

A não construção da via Feira-Arouca é lamentável e preocupante. Só uma correcção: os acessos de S. João da Madeira-Arrifana à A32 estão salvaguardados pela Concessão do Douro, não tendo estes nada a ver com a concessão do Vouga. O actual IC2, no extremo-norte de SJM, será desviado para o nó da A32, fazendo parte de uma correcção posterior à concessão do Douro. Os terrenos respeitantes a estas vias de acesso já foram expropriadas e publicadas no Diário da República.

Bruno Costa disse...

Certo, é dessa forma que SJM terá acesso ao nó Pigeiros/Romariz da A32 que também servirá Feira e Arouca. De qualquer modo com o não avanço da variante Feira-Arouca restam muitas dúvidas quanto a esse acesso. O que estava planeado (e para avançar) seria a ligação do nó SJM centro do IC2, com requalificação do actual IC2 e a partir de Arrifana novo traçado mais a nascente que termina no nó com a dita variante em Milheirós de Poiares. A não existência, para já, desse nó gera um impasse... daí que me restem certas dúvidas que também o acesso a SJM seja funcional, uma vez que temos a meio do traçado uma "terra de ninguém"... ou melhor, da Concessão Vouga. Duvido que a Brisa vá assumir essa parte, ainda para mais com a brutal redução do tráfego que a não construção da Feira-Arouca e do acesso a Vale de Cambra trarão à nova auto-estrada.

Hélder Aguiar disse...

Meu caro, em relação a este aspecto felizmente posso garantir que não há dúvidas, está tudo muito claro. Essas variantes que referes são designadas de "Ligação ao IC2", pertencentes à concessão "Douro Litoral" e, inerentemente, responsabilidade da Brisa. Foram uma exigência do presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, e posteriormente inseridas na concessão do Douro Litoral (onde inicialmente não estavam contempladas). Não têm, pois, nada a ver com a concessão do vouga. A concessão do Vouga tinha, sim, responsabilidades na requalificação do actual IC2, mas não com a construção destas vias de acesso. Veja aqui, em Diário da República de 20/05/2009, os mapas pormenorizados das vias de acesso e os símbolos "Autoestradas Douro" e "Concessão Douro Litoral": http://dre.pt/pdf2sdip/2009/05/097000000/2007920095.pdf

Bruno Costa disse...

Bem, a única coisa que esta edição do DR acrescenta ao que escrevi é a variante de Arrifana (cujas dúvidas da sua concretização ainda me assombravam). É clara a continuação da EN223 no nó de Arrifana para ligação à A32, sem no entanto fazer referência directa à prevista ligação directa a SJM (são duas variantes distintas que se juntam bem próximo do nó da A32 (Pigeiros/Romariz). De qualquer forma, estas variantes, conforme projectadas não terminam na A32, antes disso cruzam a variante Feira-Arouca. Concretizando, terminam na rotunda "inferior" do nó de Milheirós da Feira-Arouca... nó esse que acaba de ser deixado na corda bamba... é aqui que encontramos a questão... aqui está a "terra de ninguém"... aqui vai surgir o impasse de última hora. Nada que não se resolva, mas o contrato com a Brisa prevê a ligação da A32 ao extremo norte desse nó... e por outro lado a ligação das vias de acesso ao IC2 ao extremo sul... e como ninguém oferece nada ainda vamos ouvir falar da questão.

Hélder Aguiar disse...

Bc23, nesse documento do DR está bem explícita a ligação directa a SJM - os dois primeiros mapas são precisamente sobre essa ligação (o 1º onde diz ligação ao IC2 é no extremo norte do IC2 em SJM, quando este inflecte para noroeste para o nó SMF/Arrifana). Essas variantes nunca cruzam a variante Feira-Arouca. Depois de se unirem numa rotunda, ligeiramente a nordeste da zona industrial de Arrifana, continuam numa via rápida até à Rua da Gândara, em Gaiate, onde será feita uma enorme rotunda (veja no DR, no terceiro mapa). É precisamente a essa rotunda que desemboca o acesso ao nó da A32. A sua dúvida é muito premente, e faria sentido caso estivesse previsto um nó directo (em trevo) entre a A32 e a via Feira-Arouca. Mas não é isso que está previsto, esse nó da A32 irá dar à rotunda descrita, onde desemboca também a via de acesso a SJM/Arrifana, e, futuramente, a via Feira-Mansores (directa ou indirectamente). Este nó não está dependente da via Feira-Mansores.

Hélder Aguiar disse...

Aqui neste mapa do Googlemaps é perceptível o que está previsto (incluindo a parte da via Feira-Arouca desde o nó da A32 ao nó da A1, que está em stand-by):
http://maps.google.com/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-PT&msa=0&msid=109329978302576202965.00046b26c6adfb2fd9220&ll=40.909621,-8.468056&spn=0.132586,0.308647&t=h&z=12

Bruno Costa disse...

Ora, este mapa no Google como referes só considera a Feira-Arouca no troço A32-A1... esta via não liga directamente à A32 pois apenas (e bem) existirá um nó (Pigeiros/Romariz) que dá para a tal "rotunda 2", acontece que ao contrário do que dizes esta rotunda é parte integrante da Feira-Arouca... na realidade temos um nó do "novo IC2" (o prolongamento do IC2 até à A32) que neste ponto tem um nó directo com a Feira-Arouca.
É precisamente esta rotunda o problema... não será um problema maior do que 100/200m, mas uma vez que neste ponto não há ligações locais (que serão feitas por nó ligeiramente mais a nascente na Feira-Arouca) esta rotunda não existirá sem a nova variante. Volto a repetir, acredito que se encontará solução mesmo sem a Feira-Arouca no imediato, mas aqui temos um abstáculo...
deixo um link para o projecto de execução das 4 vias (A32, Feira-Arouca, ligação ao IC2 e ligação à EN223).

https://www.cm-feira.pt/portal/binary/com.epicentric.contentmanagement.servlet.ContentDeliveryServlet/Thematic%2520Navigation/Urbanismo/Mapas%2520Tem%25C3%25A1ticos/Mapas%2520Tem%25C3%25A1ticos/apendices/Infra-Estruturas/ficheiros/Mapas/Tra%25C3%25A7ado_A32_-_Projecto_de_Execu%25C3%25A7%25C3%25A3o_-_Vers%25C3%25A3o_de_Junho_de_2008.pdf

Hélder Aguiar disse...

Caro BC23, obrigado pelo mapa, há muito que tentava encontrar um que unisse os dois projectos! Eu penso que tudo indica que a rotunda é parte integrante do projecto da A32, pois tanto no projecto "Volume Sumário I-V" da A32 como nesse das vias de acesso que lhe mostrei, ela está contemplada. Mesmo que não se faça a rotunda, como diz, ela não é necessária até que se faça a via Feira-Arouca. Em qualquer dos casos, não há interferência com as vias de acesso de SJM/Arrifana ao nó da A32, não havendo motivo de preocupação neste caso específico. Acredite que este nó com estas vias de acesso significam muito para mim em termos de qualidade de vida, e não estou preocupado. Obrigado por esta frutífera discussão.

Bruno Costa disse...

Sim, quanto à melhoria da qualidade de vida nem se discute... salvo este ponto, que acredito não seja problema de maior, as acessebilidades da A32 a SJM ficam solucionadas, de qualquer forma faltam as outras questões. A não avançar o projecto da concessão Vouga penso que não vamos esperar muito para ouvirmos a concessionária falar em prejuizos e pedidos de indemnização (sem acesso a Arouca e a Vale de Cambra de qualquer ordem e sem acesso em moldes rápidos à Feira duvido que o tráfego previsto se verifique)... não pagamos a estrada, perdemos na referida qualidade de vida e ainda enchemos os bolsos de alguém! :)