Realizador português ganhou prémio de melhor actor e melhor longa-metragem com A Última Vez que Vi Macau e ainda venceu categoria de curtas-metragens com O que Arde Cura.
João Rui Guerra da Mata sai da 16.ª edição do Festival de Cinema
Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que terminou neste domingo à
noite, com os três melhores prémios na mão. Venceu a categoria de melhor
longa-metragem com o filme A Última Vez que Vi Macau, obra feita
a quatro mãos com o realizador João Pedro Rodrigues; ganhou o prémio de
melhor actor no mesmo filme e conquistou ainda o lugar mais apetecido
na categoria de curtas-metragens com o seu trabalho O que Arde Cura, que recua ao incêndio de Agosto de 1988 no Chiado numa história que mistura um telefonema inesperado e chamas do passado. Em A Última Vez que Vi Macau, o cineasta regressou a Macau, onde recuperou memórias e registou cerca de 150 horas de filmagens.
A longa-metragem brasileira Boa Sorte meu Amor,
de Daniel Aragão, que se assume como um anti-romance do impacto entre a
música e o silêncio, num encontro entre um homem e uma mulher com
origens semelhantes, venceu o prémio de melhor actriz pela interpretação
de Christiana Ubach, no papel de uma despojada jovem estudante de
música com alma de artista. O filme foi ainda o eleito do júri dos
cineclubes.
O Prémio Revelação foi atribuído a Cama de Gato,
dos realizadores portugueses Filipa Reis e João Miller Guerra, que
acompanha a história de uma jovem mãe e de uma adolescente que não se
quer perder. Sudoeste, o filme do brasileiro Eduardo Nunes, a
história de uma Clarice que tenta perceber a sua vida através do destino
dos outros, levou para casa dois prémios, o da crítica e o do público.
Na
categoria de curtas-metragens, com a distinção mais importante a ficar
em Portugal, entregue a João Rui Guerra da Mata, o Prémio Revelação foi
para o filme Poeta Cego do brasileiro Gustavo Vinagre, uma
espécie de documentário de um cego sado-masoquista que dificulta o
trabalho de um realizador. A Mão que Afaga, da brasileira Gabriela Amaral Almeida, que segue os planos que uma operadora de telemarketing faz
para a festa de aniversário do seu filho de nove anos, recebeu o prémio
especial do júri. Júri que decidiu atribuir duas menções honrosas a
Sofia Dinger pela sua interpretação em Lullaby de André Lage, produção portuguesa e brasileira; e à realizadora Maya Da-Rin pela curta-metragem Versão Francesa – que também conquistou o Prémio 2: Onda Curta.
O Facínora
do português Paulo Abreu, o filme que pode ser visto de duas
perspectivas, como a história de um frade justiceiro ou como o filme
perdido de Conrad Whilhelm Meyersick, ganhou o Prémio dos Cineclubes e o
do público do festival. O Prémio da Crítica foi para Frineia, da brasileira Aline Portugal.
As
seis longas-metragens em competição no Festival de Cinema
Luso-Brasileiro foram avaliadas por um júri constituído pelos
portugueses Tomás Baltazar, montador, e Joana Ferreira, produtora, e
pelos brasileiros Joel Pizzini, o realizador em foco nesta edição,
Sandro Fiorin, programador, e Mariah Teixeira, actriz. A avaliar as 28
curtas-metragens estiveram cinco realizadores: os portugueses Carlos
Conceição, Renata Sancho e Aya Koretzky, e os brasileiros Leonardo
Mouramateus e Marina Meliande.
@ Público
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