sábado, 7 de julho de 2007

7 Maravilhas de Santa Maria da Feira

Aqui estão os resultados finais.
Durante 7 meses as votações estiveram abertas... os utilizadores do Krónikas Feirenses e Kultura SMF tiveram oportunidade de dizer de sua justiça e aqui estão as 7 Maravilhas de uma maravilha maior... o concelho de Santa Maria da Feira.

Para começar há que fazer uma pequena justificação. Se reparares nos resultados há dois empates nos lugares cimeiros. Um deles não afecta a eleição, mas o outro elimina um monumento, assim, foi atribuído o lugar à maravilha que em primeiro lugar atingiu a classificação. Deste modo, a Foçaga fica com a 4ª posição em detrimento da Quinta do Castelo que se queda pelo 5º posto. Mais à frente da classificação, o Centro Histórico fica fora das 7 maravilhas pela rapidez do Museu do Papel em chegar ao grupo da frente.
Agora, com os esclarecimentos feitos, há que dar os parabéns aos vencedores e reforçar a beleza das maravilhas que ficaram pelo caminho e também das que não estavam na lista dos 21 candidatos.

Castelo da Feira
«O conjunto apresenta planta oval irregular, orientada no sentido norte-sul, em estilo gótico, tendo incorporado elementos de outros estilos ao longo dos séculos.
Com muralhas em alvenaria e cantaria de pedra, do período inicial, a Torre de Menagem domina a alcáçova; do final do século XV, datam as adaptações às demandas da pirobalística. Em seu interior, na am
pla praça de armas, encontram-se ainda os vestígios do antigo palácio seiscentista.
A porta da barbacã, coroada pelo brasão dos Pereiras é protegida por duas torres quadrangulares adossadas: a sudoeste, a Torre da Casamata, atrás da qual se encontra um recinto quadrangular e abobadado onde se alojavam os soldados e que servia como bateria com troneiras nos muros exteriores; no lado oposto a Torre do Poço, protegendo a nascente.

Pela porta da barbacã acessam-se, sucessivamente, a porta da Vila e a praça de armas, na qual se situa a Torr
e de Menagem. Esta torre-alcáçova, ergue-se em três pavimentos: no inferior, a cisterna; no segundo o salão nobre, destacando-se três lareiras, um fogão e quatro janelas, três delas com conversadeiras; no terceiro a área residencial íntima.
A seguir à Torre de Menagem, rematada com coruchéus cónicos, o visitante encontra a tenalha, precedida pelo chamado pátio da traição (onde se abre a respectiva porta). Em lado oposto à tenalha, ados
sada à muralha da cerca erguem-se a capela, de planta hexagonal, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, e a Casa da Capelania, em estilo barroco.» (Wikipédia)

Castro de Romariz
«O Mon
te do Castro de Romariz é uma pequena elevação situada a NE da Igreja Paroquial, que termina superiormente num planalto quase horizontal coma a área de 16.300 m2. As vertentes a Norte, Nascente e a Sul são abruptas com um declive que varia entre os 40 e 50% numa extensão de cerca de 400m. Do lado do Poente o declive é muito mais suave. Para defesa da fortificação foi cavado, deste lado e em forma de de arco, um fosso que mede 470m de comprimento e 10m de largura, em média. É a "Rua dos Mouros".
O Castro de Romariz, sit
o no alto desta elevação orográfica é, indubitavelmente, o património histórico de maior relevância na freguesia. É, aliás, um dos mais importantes elementos de referência para precisar uma data do início da história de Romariz - cerca de 500 A. C.-.
O Castro foi descoberto em 1845, como nos conta Pinto Leal: "(...) andando um lavrador a roçar mato no Mo
nte do Castro, deu a enxada uma pancada ôca e sonora. Admirado o homem, examina e quási à flor da terra achou enterrada uma espécie de ânfora de prata (da capacidade de quartilho e meio) contendo uma argola de ouro do peso de duas décimas, uma espécie de crescente de prata de umas 5 ou 6 onças e 102 medalhas de prata de vários imperadores romanos. Muita gente afluiu ao Castro, esgravatando tudo, a ver se aparecia mais dinheiro. Não se encontrou(...)"
Se a busca desenfreada de pequenos tesouros não teve qualquer resultado quanto ao objectivo que prosseguia, o mesmo se não pode dizer do ponto de vista histórico e arqueológico. De facto, as descob
ertas feitas - construções de vários tamanhos e de formas predominantemente arredondadas, com cerca de metro e meio de altura e sem sinais de existência de janelas ou portas -, possibilitaram o levantamento do véu relativamente aos nossos antepassados e permitiram clarificar as origens da nossa terra. O achado arqueológico permite-nos recuar no tempo e, sem medo de cometer erros, afirmar que aí viveram núcleos populacionais de grande relevância histórica. De entre eles podemos referir os Romanos, ainda antes de Cristo, pelas moedas encontradas serem de imperadores romanos. Por outro lado, as construções típicas permitem-nos classificar o achado como "Castrum" Romano. Mas não terão sido estas construções edificadas anteriormente à chegada dos romanos, e ulteriormente por estes aproveitadas? Segundo parecer de Mendes Correia, a maioria dos castros portugueses é de origem céltica ou mesmo pré-céltica. Pinho Leal considera como o mais provável ter sido o Castro povoação dos antigos lusitanos, povo pertencente ao trono celta.
As escavações e exploração arqueológicas do Monte do Castro constituem uma fonte documental para a clarificação e consolidação, quer das origens de Romariz, tanto para o estudo histórico da fa
se intermédia da cultura castreja, como ainda para a constatação das relações comerciais estabelecidas com os povos autóctones, peninsulares e até europeus, tais como os Cartagineses, que dominaram o comércio nesta altura da história.
Depois de
descoberto o Castro, durante cerca de um século não houve qualquer actividade ao nível da sua exploração. Por volta de 1950, o Padre Manuel Fernandes dos Santos, pároco da freguesia nesta altura, iniciou uma campanha de exploração que o levou a mais um ressurgimento do passado. Entre os vestígios arqueológicos encontrados evidenciam-se um forno de cozer pão, a parte superior de uma coluna com o seu capitel, algumas mós e curtos vestígios de tijolo e telha. Com estas novas escavações reforçam-se as teses de presença dos romanos no Castro, não só pelas construções rectangulares que foram acrescentadas às arredondadas, bem como por todas as técnicas de construção e decoração tipicamente romanas.
Após a pacificação romana, o Castro é livremente abandonado, por meados do século I. Actualmente a eq
uipa que orienta as investigações arqueológicas do Castro é constituída por pessoas do Departamento de Arqueologia da Universidade do Porto e começou o seu trabalho em 1980. A equipa surgiu no seguimento do interesse manifestado pela Junta de Freguesia de Romariz e pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e consequentemente celebrou-se um protocolo, em Abril de 1990, entre estas entidades levando a que, desde aí quase todos os anos se tenha trabalhado ao nível da exploração e investigação dos achados.
Em 1992
esta equipa, juntamente com alunos do curso de História, variante Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, esteve no Castro num período de três semanas do mês de Julho a proceder ao estudo e inventariação do material encontrado em anos anteriores. Na segunda quinzena de Setembro de 1993, realizou-se uma nova campanha arqueológica no Castro de Romariz. Resultou desta campanha o levantamento das paredes de grande parte das casas, sobretudo na parte norte do Castro, que foi descoberta na década de 50, por iniciativa do Padre Manuel Fernandes dos Santos, e que se encontrava em avançado estado de degradação. Em 1994 continuou-se o trabalho de exploração do Castro.
Estas novas campanhas de escavações levadas a cabo por esta equipa da F. L. da Universidade do Porto per
mitiram consolidar alguns dados relativos ao Castro, bem como o surgimento de novos elementos que tão pertinentemente contribuem para o desabrochar da história de Romariz. De entre esses novos elementos históricos refere-se, de forma sucinta:
- os peritos calculam que somente 1/4 da área total do Castro está explorada;

- o n.º de pessoas que habitava, na última fase de ocupação do Castro, deveria ser de aproximadamente um milhar, sen
do por isso uma comunidade de tamanho médio (as comunidades mais extensas teriam cerca de 5 a 6 milhares de elementos);
- os vestígios de co
nstruções em madeira, colmo e ramagens, bem como outros materiais perecíveis encontrados nestas escavações sob os alicerces das construções em pedra actuais, corrobora a tese segundo a qual os Castros não eram somente construções de pedra. Provavelmente o Castro enquanto construção de madeira, colmo e ramagens foi incendiado, por volta do séc. II A. C., fruto de um ataque militar. A reestruturação do povoado foi feita em pedra e com base na aglomeração familiar, em que cada família ocupava uma área de cerca de 400 m2 integrando diversas casas de estrutura circular e rectangular com ângulos arredondados;
- o Castro foi abandonado por volta do séc. I D. C., atestando os documentos que o Castro, enquanto comunidade habitacional, terá tido uma existência de 500 a 600 anos

O espólio
encontrado encontra-se nos seguintes locais: as moedas, na Torre do Tombo, (espólio este que o Padre Manuel Fernandes dos Santos não conseguiu encontrar quando o procurou em meados da década de 50); algumas mós em casa de romarizenses e outras no Convento dos Lóios em Santa Maria da Feira.
Resta-nos que
o tempo leve à exploração e descoberta do resto deste património, visto que somente um quarto da área total deste se encontra explorada.» (Junta de Freguesia de Romariz)

Europarque
Houve quem lh
e chamasse de “Palácio de Mármore entre os Pinheirais”, mas enganou-se. O Europarque é bem mais do que um edifício… é um local de acontecimentos. Cultura, congressos e educação dão as mãos no espaço que mais contribuiu para o desenvolvimento recente da Feira.
Um espaço
magnífico, onde uma enorme área verde se mistura com a mais moderna tecnologia. Um local que fez a Feira aparecer no mapa da Europa. 19 e 20 de Junho de 2000… as datas que ficam para a história: “Feira, por dois dias, capital da Europa”, assim anunciava um jornal de tiragem nacional o Conselho Europeu que fechou a segunda Presidência Portuguesa da União Europeia.

Fogaça
«As fogaças são um pão doce feito com farinha, açucar, manteiga, ovos, limão e sal. A sua forma é interessante: uma forma arredondada, encimada por quatro bicos que representam as quatro torres do castelo.

É est
e pão doce que as fogaceiras transportam à cabeça na procissão da Festa das fogaceiras. É um doce que tem uma longa tradição pois já era feito pelos nossos antepassados antes de eles fazerem o voto a S. Sebastião.
A histór
ia: Por volta dos seculos XV e XVI Portugal sofreu uma grande epidemia, a peste. O povo sofreu os seus efeitos. A doença, a fome e a morte levaram-no a erguer as mãos para o Céu e fizeram uma promessa: se Deus através de S. Sebastião libertasse o povo daquela desgraça, todos os anos seria feita uma procissão onde raparigas honestas e pobres da vila transportariam o pão (Fogaça) à cabeça que seria oferecido às gentes necessitadas.
Os senhores da Feira, interpretando este sentimento do povo, decidiram cumprir o seu voto. E então, todos os anos as fogaças eram levadas em procissão que ia da Casa dos Condes até ao Convento dos Lóios (hoje Igreja Matriz).

Mas, muito mais tarde entre 1749 e 1753, deixou de se cumprir o voto. E a peste voltou e com ela voltou a cumprir a tradição a realizar a Festa em Louvor do Mártir S. Sebastião.

A partir de 1753, até hoje, a Câmara realiza esta festa e cumpre o voto da seguinte forma:

- Pela manhã, vai um cortejo da Câmara para a Igreja Matriz. Nele vão as fogaças a cabeça - as autoridades civis e militares do concelho uma banda e a banda dos bombeiros voluntarios de Santa Maria da Feira.

- Segue-se a benção das Fo
gaças e a missa solene com sermão, na Igreja Matriz.
- A tarde, realiza-s
e a monumental procissão integrando as autoridades civis e miltares concelhias, convidados, associações culturais, desportivas, recreativas, etc, párocos, confrarias, duas Banda de Musica, e as Bandas dos Bombeiros Voluntarios de Santa Maria da Feira e Arrifana, e, naturalmente o andor do Mártir de S. Sebastião, entre outros e as fogaceiras.» (Confraria da Fogaça da Feira)

Quinta do Castelo
O fantástico espaço verde no coração da cidade continua fechado ao grande público, mas parece que os feirenses não se esqueceram da sua beleza ao atribuírem este título.

Jardins, jardins, jardins… zonas verdes de perder de vista e água, muita água, nas grutas artificiais, que em geraçõ
es passadas e ainda um pouco nos dias de hoje, foram palco de muitas histórias de amor.
Fica o convite à visita e o alerta para a rápida recuperação do espaço e devolução à população.


Convento dos Lóios ou do Espírito Santo
O maravilhoso conjunto arquitectónico do Convento dos Lóios, Igreja e Monumental Escadaria marcam indiscutivelmente a arquitectura e paisagem do centro histórico da cidade de Santa Maria da Feira.

Fundado no século XVII pela congregação brasileira dos Lóios, tinha a designação de Convento do Espírito Santo. Mais tarde assumiu a actual designação, em homenagem aos seus fundadores.

Actualmente o espaço encontra-se em obras de requalificação para receber a colecção do Museu Municipal, que aí ficará instalada.

«O Museu Convento dos Lóios é um museu regional pela proveniência das suas colecções, tem a missão de promover e divulgar as tradições e a cultura, em todas as suas vertentes, identificando as diversas vivências da comunidade, desde os tempos mais remotos até aos nossos dias.

O Museu irá funcionar como pólo central da Rede Municipal de Museus, promovendo exposições temporárias quer nacionais e internacionais de manifesto interesse ao entendimento da diversidade cultural europeia, assim como a exposição permanente irá evidenciar núcleos de Arqueologia, Histó
ria e História de Arte, explicando a origem do Homem, evolução e desenvolvimento das Terras de Santa Maria.
Sendo prioritariamente um espaço museológico dedicado à História do concelho, constitui também um pólo de intercomunicação com a vida cultural da comunidade que representa.

Núcleos arqueológicos nomeadamente, o Castro de Romariz. Também é o polo central da Rede Municipal de Museus do Concelho de Santa Maria da Feira, englobando museus como o Museu do Papel Terras de Santa Maria, o futuro Museu da indústria da cortiça, o Museu das Artes e Ofícios e o Museu de Arte.
» (ANMP)

Museu do Papel das Terras de Santa Maria
«O museu está instalado numa antiga fábrica de papel, fundada em 1822 e em laboração até 1989, comprada pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em 21 de Outubro de 1992. Em 2001 abriu ao público a primeira fase deste projecto, prevendo-se para o final de 2003 a sua conclusão, que irá envolver um conjunto de edifícios exemplares da arquitectura do papel da região de Santa Maria da Feira onde serão instalados, nomeadamente, novos serviços de acolhimento, serviços educativos, biblioteca, arquivo e novas áreas de apoio às diferentes funcionalidades museológicas.

Arquitectura do papel – Conjunto de edifícios que compõem o espaço papeleiro do museu, exemplos da arquitectura do papel da região de Santa Maria da Feira nos séculos XVIII XIX e XX, caracterizados por uma lógica de articulação integrada nas diferentes fases do processo de fabrico.

Artefactos e maquinarias - Peças específicas dos processos manufactureiro e industrial do papel, dos séculos XVIII XIX e XX; âmbito geográfico – Nacional. Marcas de água – Colecção de papéis com marcas de água dos séculos XVI a XX; âmbito geográfico – Europa.
» (Rede Portuguesa de Museus)

4 comentários:

Gisela disse...

Eu já tinha votado e estou a ver k acertei em muitas maravilhas. Só não me lembro bem do castro de romariz!
Mas tu realmente tens um jeitão para isto! Parabéns pelo vídeo tá o máximo!

Bruno Costa disse...

Obrigado...
Pois... não te lembras porque não foste lá! É só um pormenor! lol
bjs

Anónimo disse...

so um promenor, não é solar Conde de Fijó é Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira

Anónimo disse...

O nome do edificio é Solar dos Condes de Fijó... hoje é usado como sede do Centro de Cultura do Orfeão da Feira.
Utilização de Edifícos históricos com fins culturais!