sábado, 21 de julho de 2007

O lado mais popular das recriações históricas

Há alguns dias num comentário neste blog pedia-se uma reflexão sobre o uso da Viagem Medieval, pelo menos em grande parte do recinto, como espaço de "tasquinhas". Pois é, não deixando de ser algo que se afasta das referências mais conservadoras do tempo medieval, este "excesso" de espaços alimentares é bem ao gosto da maioria dos portugueses. Na sua ausência, grande parte dos visitantes actuais deixariam de se deslocar ao evento.
Estes espaços são o ponto de encontro das pessoas, e já o eram no tempo medieval... o que acontece é a sua exploração à exaustão nas feiras e mercados medievais. Para contornar este obstáculo à fidelidade da recriação há que fazer um esforço cada vez maior na decoração e indumentária e acima de tudo esconder ao máximo elementos do século XXI.
Sem espaços alimentares em grande número não há recriação que possa sobreviver num mercado cada vez mais comercial. Sem visitantes não há patrocínios. Sem patrocínios não há dinheiro. Sem dinheiro não há inovação. Ou seja, se houver demasiada preocupação com a correcção do excesso de áreas alimentares, corre-se o risco de o projecto estagnar... e sem inovação não há novos visitantes e corre-se o risco de perder os habituais. Há então, que continuar a inovar, sem nunca esquecer a correcção de pormenores que possam esconder modernidade, sem nunca tirar ao povo a sua maior alegria... comes e bebes!

Por outro lado há a questão das entradas. Durante algum tempo falou-se na possibilidade de cobrar bilhete para o acesso ao recinto da Viagem... para mim seria um grande erro. Podemos olhar para Óbidos que este ano ano cobra 4€ à entrada e pelo menos nos primeiros dias viu o número de visitantes cair. Para mim a opção que vem sendo tomada pela organização da Viagem enquadra-se mais numa perspectiva de massas. Não se paga para entrar, mas é preciso desembolsar alguns euros para aceder a alguns espaços do recinto. Deste modo, quem apenas quer ver pode fazê-lo e quem quer participar mais activamente tem de pagar por isso.

2 comentários:

hugo disse...

em relaçao ao comentario feito á dias ,sobre sobre a demasiada importancia dada á zona de restauraçao concordo com o comentario feito pelo moderador apenas acho que como associaç que sao as tascas a camara devia em conjunto tentar que elas recriassem um "ambiente"mais mediaval naquela zona nao apenas as vestes .ecomo disse o sr. PINA ,SOMOS PRAVAVELMENTE A MAIOR VAMOS TENTER SER A MELHOR.muito obrigado

Bruno Costa disse...

É isso mesmo... falta mais rigor histórico. Desde as ementas à indumentária, mas também pelos utensílios de cozinha... sem esquecer as questões de saúde pública, porque que agora exigem-se coisas absurdas!