quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TG(B)

Há muito que se reclama a opção pela variante B ao traçado do TGV ao largo de território feirense. Por estes dias a Câmara da Feira voltou a marcar a sua posição sobre o assunto... dezenas de demolições e incompatibilidades com o projecto de expansão do Europarque são as marcas da opção A, daí que se reclame alternativas. Opção B ou travessia em túnel.

O Público de hoje volta a destacar o assunto:

A Câmara de Santa Maria da Feira quer que sejam tomadas medidas que salvaguardem determinadas condicionantes que afectam o seu território caso a declaração de impacte ambiental seja favorável ao traçado A para a passagem do comboio de alta velocidade.

Nesse sentido, a autarquia recomenda que a execução do traçado na zona prevista para a expansão do Europarque seja feita em túnel, de forma a não colidir com os planos traçados pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) para o crescimento dessa área. No documento enviado para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no âmbito do processo de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental do projecto de ligação ferroviária de alta velocidade, sublinha-se que a alternativa A "conflitua de forma aguda com uma proposta existente de desenvolvimento estratégico perspectivada" para o Europarque.

"O traçado A vai impedir o desenvolvimento do projecto de expansão do Europarque se não forem acauteladas algumas situações e, nesse sentido, sugerimos a execução do traçado em túnel", adianta o vereador do Planeamento e Urbanismo, José Manuel Oliveira. A proposta da AEP foi anexa à posição endereçada à APA. "A câmara recebeu uma participação da AEP que pede que não seja escolhido o traçado A, mas se for que esse trajecto fique o mais encostado possível à A29 e seja feito em vala", revela o responsável.

Não é só o projecto do Europarque que está em causa com o traçado A. A demolição do centro de dia e ATL do Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio de Rio Meão também preocupa a câmara, que sugere que "seja adoptada a figura de túnel na maior extensão possível". Num estudo encomendado, verifica-se que cerca de 50 construções já existentes ou em fase de licenciamento serão afectadas se a escolha recair na solução A, em detrimento da B, que não afecta o município feirense.

José Manuel Oliveira lembra ainda que, numa urbanização, em São Paio de Oleiros, o TGV passará "a 40 metros de altura em relação à estrada existente, o que provocará uma série de constrangimentos, em termos de afectação dos terrenos". Por outro lado, e se não for acautelada a solução em túnel, o TGV passará mesmo à porta de uma empresa de cortiça de Rio Meão "que emprega centenas de trabalhadores".

A câmara pretende que "todas as ruas cortadas sejam restabelecidas". Uma situação que "não é esclarecida no estudo que nos foi apresentado". "Há uma série de situações que não foram estudadas. Pretendemos alertar a APA para essa falta de análise e para os constrangimentos que o traçado A vai provocar no nosso território", refere o vereador. Para a APA seguiu a posição camarária, aprovada na última reunião do executivo.

3 comentários:

Pedro disse...

E eu pergunto-me, o TGV será mesmo necessário? Se olharmos para o mapa ferroviário do país vemos falhas graves como é o caso de algumas capitais de distrito ainda não terem comboio, um meio de transporte de cargas e de passageiros muito menos poluente...

E já agora, sou a favor das portagens na A29 no dia em que os concelhos da AMP a sul do Douro tiverem uma ligação ao Porto através de comboios ou de metro. Não interessa qual seja, desde que seja um veículo que polua menos e transporte mais, não falo por mim, falo por todos nós e pelo planeta Terra, pelo aquecimento Global. Pensem nos vossos filhos e netos.

Sei que é pouco, mas se lutarmos todos juntos chegaremos lá.

Bruno Costa disse...

Respostas rápidas :P

Não acredito na necessidade e viabilidade do TGV... mas se este (des)Governo está decidido pelo menos que se garantam as condições para as populações afectadas.

Portagens na A29, no meu entender, hoje NÃO! Mas se houvesse Metro Rápido ou Comboio Urbano eficaz para o PORTO, a opinião seria certamente outra.

Pedro disse...

Vejo que tens a mesma opinião que eu!