quinta-feira, 15 de março de 2012

AEP concorre com o Europarque

Desde há alguns anos, curiosamente, ou não, desde que a “nova” direcção da AEP entrou em funções e depois do seu presidente ter afirmado que não investia nem “mais um cêntimo a sul do Douro”, o Europarque entrou em rota descendente. Primeiro foi o desinvestimento na oferta cultural, até então rica em grandes nomes do espectáculo internacional e plena de casas cheias. Depois viria a diminuição da qualidade prestada ao serviço de congressos e conferências e, por fim, viria a perceber-se que o complexo estava em défice de gestão… literalmente em piloto automático. Continuamos sem perceber as razões porque a dívida à banca nunca foi paga, quando afinal o Europarque obteve receitas (descontados os custos de exploração e sem novos investimentos no local) suficientes para o pagamento da dívida correspondente ao dobro do período em causa.

Se a generalidade da população nem se apercebeu, outros foram dando conta do decréscimo de qualidade, do desinvestimento na carteira de clientes e mesmo na diminuição de condições de atractividade para a realização de grandes congressos, feiras e conferências. Afinal de contas nada do que o presidente da AEP não tenha em tempos afirmado… que “nem mais um cêntimo” seria investido “a sul do Douro”.

Já conhecíamos a saída de alguns dos grande congressos de ordens e grupos profissionais do local (alguns deles em regime de alternância com espaços de Lisboa) exclusivamente para espaços da capital, mas agora surge um novo dado. O Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que se realizava no Europarque a cada 2 anos será deslocalizado em 2012… para a Exponor. Mas afinal de contas a AEP está a fazer concorrência ao Europarque? Porque oferece a mesma entidade melhores condições para a deslocalização do evento?

Afinal de contas uma entidade, com um comportamento destes e com a capacidade de lesar o Estado em 30 milhões de euros, propõe-se a gerir o espaço, que até aqui (e apenas nos últimos anos) afirmou ser ingovernável, em parceria minoritária (menos de 1%) com a autarquia de Santa Maria da feira. Como é possível?

Por outro lado, como é possível a autarquia feirense colaborar com um escândalo desta envergadura?

Ficam as perguntas… não espero pelas respostas… já que para essas não me parece que haja vontade política (local, regional e nacional) de as expressar.

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