Na noite de ontem Santa Maria da Feira voltou a reinar no mundo da música que alguns apelidam de melancólica. Cantautores ou “cantadores” slow, como queiram… mas o Cine Teatro António Lamoso voltou a encher para mais uma noite de boa música.
Tudo começou com os tirsenses Aquaparque. De facto, não esperava uma enormidade da actuação desta banda de Santo Tirso, mas o tiro saiu mesmo MUITO ao lado. Terá sido talvez a aposta menos acertada desta edição do festival. Música de dança para pessoas sentadas… e de facto era sentado que se estava bem!
Alguém dizia “falta água neste parque”… e grande parte da plateia optou mesmo por abandonar a sala. Eu aproveitei para fechar um pouco os olhos… se bem que para a banda isso até era um bom sinal: “a música não incomoda muito”.
Adiante e seguimos para os momentos altos da noite.
Foi preciso esperar muitos anos pela novidade, mas eles acabariam por chegar ao Gente Sentada: multi-instrumentalistas e verdadeiramente mágicos.
Nada de novo para mim, mas surpreendente para grande parte do público presente. Estupefacção pela estrondosa actuação dos a Jigsaw que foram quase “arrancados” do palco para que o alinhamento pudesse prosseguir.
O trio de Coimbra busca há muito inspiração em fontes pouco habituais na música. O seu percurso e as suas viagens são outros elementos marcantes num reportório que emana perfeição.
O regresso ao António Lamoso, muitos anos depois e agora também eles sentados, deu-se com o mote da apresentação do novo álbum “drunken sailors & happy pirates”, que busca influências na experiência vivida nos últimos anos e deu por si a amadurecer na “louca” tour europeia do ano passado. Ontem, pudemos ouvir temas do álbum… e algumas das músicas que ao longo do ano serão editadas em edições especiais.
A viagem foi aquecendo, mas só no regresso ao álbum de 2009, “Like the Wolf”, a plateia atingiu o auge. “Red Poney” foi talvez o momento mais alto de uma actuação que fica na história do Festival para Gente Sentada: uma fantástica aventura por músicas que contam histórias. Pelo meio das canções uma incrível conversa entre o João Rui e a plateia… uma gigante interacção… um fantabulástico amadurecimento desde o meu último encontro com a banda, já lá vão dois anos.
Já a noite ia longa quando os headliners subiram ao palco do António Lamoso. LOW fizeram o que se lhes pedia: uma viagem pela sua já longa carreira. De 1994 a 2012, este projecto, que se afirma como a banda de rock mais slow, manteve o público colado às cadeiras, mas foi capaz de arrancar estrondosos aplausos.
Os norte-americanos não fugiram do ritmo, tendo apenas brindados os presentes no festival com dois ou três momentos um pouco mais enérgicos. A dada altura era tempo de “try to sleep”… e na verdade já a madrugada ia longa: tinha mudado a hora! E terminava o “concerto do dia” para grande parte da imprensa nacional da especialidade.
Hoje as cadeiras voltam a estar disponíveis, para uma noite de lotação esgotada no Cine-Teatro António Lamoso.
2 comentários:
Não podia estar mais de acordo! Aquaparque para esquecer, a jigsaw simplesmente deliciosos e Low algo previsíveis, sem deixarem de ser bons...
Aquaparque foi, no mínimo, um erro incrível de programação:
http://unisexmusic.blogspot.pt/2012/03/aquaparque-longo-plano.html
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