segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mau tempo obriga 250 fogaceiras a ir de autocarro

As meninas de branco que hoje protagonizam a Festa das Fogaceiras trocaram o cortejo matinal no centro da Feira por uma viagem de autocarro até à Igreja Matriz, onde cumpriram a tradição de deixar a fogaça a S. Sebastião.

Em causa está a centenária promessa de, por cada ano a salvo da peste negra, no dia 20 de janeiro ser oferecida ao mártir uma fogaça, que, tradicionalmente, é transportada à cabeça dessas crianças e jovens num cortejo cívico durante a manhã e em procissão durante a tarde.
"Às 10:30, contudo, o mau tempo obrigou à alteração dos habituais procedimentos, como explicou à Lusa Fátima Magalhães, que há anos assume a responsabilidade de verificar o rigor dos trajes brancos: "As meninas costumam vir a pé com a fogaça na cabeça, mas este ano vieram de autocarro com ela no regaço e estão satisfeitas na mesma - e se calhar até se sentem mais importantes".
As inscrições apontavam para a participação de 290 fogaceiras, mas, estando em causa um evento de "iniciativa espontânea", não era obrigatória a comunicação de desistências e cerca de 40 acabaram por não comparecer à chamada da manhã.
Cristina Tenreiro, vereadora da Cultura na Câmara da Feira, já tinha anunciado que "o voto a S. Sebastião tem sempre que ser cumprido, aconteça o que acontecer". Por essa razão, a autarquia preparara antecipadamente os autocarros municipais, de forma a que as pequenas fogaceiras passassem diretamente da Câmara - onde lhes foram entregues as fogaças e as faixas de cetim para a cintura - para os claustros do Museu Convento dos Loios, adjacente à Igreja Matriz.
Daí as meninas seguiram diretamente para o interior do templo, num percurso que deverá inverter-se às 15:30. "Provavelmente não haverá procissão", prevê a vereadora. "As meninas voltam a circular só entre a igreja e os claustros".
Filipe Constantino esperava nesse local uma hipótese de entrar na igreja, que "nunca deu para toda a gente e este ano ainda está mais apertada".
"É uma pena estar o dia como está, que isto é giro é com sol, na rua", admitiu. "Mas obrigar as miúdas a andarem a pé com este tempo era muito sacrifício. Não se pode pedir de mais".

@ Diário Digital

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