terça-feira, 10 de março de 2009

Forte aposta na Semana Santa

Ao longo dos últimos anos assistimos a um crescimento gradual... em 2008 assumiu-se definitivamente como grande aposta cultural... em 2009 salta verdadeiramente para a lista de grandes eventos.
Tudo começou com uma tradição secular: a Procissão do Triunfo das Endoenças (Ecce Homo). Há quase 20 anos nascia a Via Sacra ao Vivo, pioneira em Portugal. O projecto criou raizes. Anos mais tarde via a luz do dia uma recriação da "Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém"... mais um sucesso. Com este conjunto, nascia há 12 anos a Semana Santa de Santa Maria da Feira, como evento estruturado. Ao longo do tempo vários projectos foram sendo desenvolvidos e em 2008 criavam-se novas tradições. As cruzes e pendões roxos são já obrigatórios na Páscoa em Santa Maria da Feira. No ano da consumação nascia a "Prossição dos Lírios ou do Encontro" e este ano nova recriação marca o programa. O Convento dos Lóios assistirá pela primeira vez à recriação da "Última Ceia".
A partir deste ano, e mais uma vez pela mão da Feira Viva, mais um evento de Santa Maria da Feira salta para outra dimensão. O crescimento do projecto é mais que evidente e as raíes já criadas são as marcas da sustentabilidade.

A primeira mostra das inovações está na estratégia de comunicação. A Semana Santa de Santa Maria da Feira já dispõe de página na internet, onde para além da história do evento, se disponibiliza o programa e um vídeo resumo da última edição. Nada melhor do que dar um saltinho ao site (carregando AQUI) para se perceber do que estou a escrever.

De 03 a 12 de Abril, Santa Maria da Feira volta a recuar 2000 anos no tempo. E para que o conceito das cruzes nas janelas e varandas seja cumprido na íntegra, nada melhor do que um esquema para exemplificar.

16 comentários:

Anónimo disse...

Quem paga as flores e as cruzes? os passionistas?

Anónimo disse...

Quercus: Já são do ano passado e por isso não entram neste orçamento.

A mim incomoda-me a morbidez estética, que não há-de ajudar nada à recuperação das depressões (1 em cada 3 pessoas, diz-se, em termos nacionais) e que a mim, que não estou deprimida, deprime-me.

De qualquer das formas, acho interessante que no nosso estado laico uma empresa municipal se envolva neste tipo de coisas. Será que afinal, somos espanhóis e ninguém nos disse? Mas se assim é, sejamos rigorosos, hermanos, e arranjemos uns fatinhos à Ku Klux Klan, como eles lá fazem...

Anónimo disse...

Do ano passado?? as flores??

:-) isso sim é que no mínimo é estranho, lá as cruzes vá que não vá, os pendões já se viu serem novos, agora as flores ..nem pensar alguém as vai pagar.
Eu acho estranho o nosso estado laico se meter na religião...quanto ao resto é tudo normal neste país.

Bruno Costa disse...

Quanto ao facto de estarmos num Estado laico, nada impede que se façam comemorações de cariz religioso... e que neste caso também são de cariz histórico. Se fossemos assim tão rigorosos outros festejos também teriam de ser banidos... o que seria da Festa das Fogaceiras, ou mesmo ao S. João do Porto e mesmo o Santo António de Lisboa? Tudo isto é sinal de um país, que apesar de ser administrativamente laico, tem um domínio absoluto do catolicismo.

Quanto ao investimento, se podemos melhorar o panorama cultural e atrair cada vez mais turismo, se as mais valias são bem visíveis, porque continuamos a bater no mesmo? E quanto aos gastos... também há apoios privados: por exemplo, as flores que irão decorar as cruzes de maior dimensão, à semelhança do ano passado, serão da responsabilidade de algumas floristas do concelho que aproveitam o momento para mostrar o seu trabalho. Será que ninguém reparou em 2008 nos cartazes que ladeiam cada uma das cruzes durante a Semana Santa? :)

Anónimo disse...

Bc: mas tu achas mesmo que alguém se desloca à Feira para ver a "nossa" semana santa?!! Que isso contribui de alguma forma para o pib concelhio?

No ano passado ouvi os murmúrios com a janela fechada, perto dos passionistas, e sabes o que me lembrou? a chamada dos muezzin para uma das 5 orações do dia na mesquita.

Basta apenas recordar que a religião muçulmana teve início "formal" no século VI d.c.

Retomando as tuas palavras, regredimos não 2000, mas pelo menos, uns bons 1400 anos - obrigada a esta terra pela involução.

Reforço: num estado laico, chateia-me que seja uma EMPRESA MUNICIPAL a lidar com o assunto. Porque uma empresa municipal devia ter coisas mais importantes para fazer.

Quanto às floristas, acho muito bem que aproveitem o momento. Pão e circo, pão e circo...

Bruno Costa disse...

Não vou escrever mais sobre o assunto... só mesmo que há sempre quem esteja mal. Se não houvesse o tal "pão e circo" era tudo acusado de inoperância e de deixar morrer a Feira... como há investimento, e por sinal sempre apostas ganhas, parece que há muitas dores de cotovelo e tenta-se a perspectiva contrária... se nada mais há a fazer venha-se agora com o Estado laico para denegrir mais um GRANDE EVENTO da Feira.

Quanto ao impacto, basta olhar para os largos milhares de pessoas que de deslocam à Feira, em especial na Sexta-feira Santa e para o impacto que o projecto já cria em cidades com projectos "concorrentes". O Grupo Gólgota já se deslocou várias vezes a Braga para representar naquela cidade a "Via Sacra ao Vivo (Santa Maria da Feira)".

Anónimo disse...

É tudo uma questao de retorno versus investimento. Se for positivo mantem-se e fumenta-se senão tenta-se perceber o que nao funcionou. Agora o evento surge com base num evento religioso, profano, desportivo,... pouco interessa.

Bruno Costa disse...

E acrescento ao que escreveu o Carlos... e não se pense apenas no retorno directo (ex, receita de bilheteira), olhe-se acima de tudo para o retorno na economia do concelho e cada vez mais da região. Um maior número de pessoas na cidade só tem vantagens... ora, há mais gente na restauração, há maior ocupação nas unidades hoteleiras e mais do que isso cresce o impacto mediático e o interesse pelo local, mesmo em época de ausência dos projectos d emaior dimensão.

Anónimo disse...

Bem, todos nós sabemos que a Igreja é um lobbie poderoso, como tal é capaz de conseguir junto do poder autárquico tudo o que necessita,e este investimento na semana santa não é mais que a confirmação disso mesmo.
Pena é nem a Igreja nem a Autarquia fazerem investimentos em benefício real das pessoas que precisam, limitando-se a paliativos apenas...

Hajam muitas semanas santas para dar circo ao povo ..que é disso que ele gosta!

Bruno Costa disse...

Só para relembrar que o "paliativo" não é acessório e torna-se por vezes mais importante do que o dito essencial.

Anónimo disse...

Pelo menos não estou isolado na ideia de que a autarquia faz pouco pelo povo feirense mais carenciado..... um paliativo nada faz ao essencial..por isso é um paliativo
:-)

Bruno Costa disse...

"a autarquia faz pouco pelo povo feirense mais carenciado"... é verdade... mas isso é verdade em todo o país. A nível local é preciso sinalizar, e quanto a isso parece-me que o trabalho está bem feito... o resto compete a outras instâncias do Estado e não às autarquias. :)

Quanto ao paliativo se tornar mais importante que o essencial, estou a dize-lo com convicção... muitas das vezes é assim mesmo que tem de ser.

Anónimo disse...

Os organizadores desta semana santa, andam a boleia das ideias de um tal vendedor de azeite cá do burgo, porém apraz-me uma dúvida: Porque razão é necessário fazer distribuição de "santinhos" nas caixas de correio, uma vez que é uma iniciativa dita para fora do concelho? já agora uma segunda reflexão: Quanto custa tudo isso? será que o erário público dá para tudo?...
Pelo menos se fossem aplicados em paliativos para as pessoas..agora em Flyers que todos vão deitar ao lixo...é uma estupidez.

Bruno Costa disse...

Sem os ditos "santinhos" o programa fica desconhecido... e se o projecto também se destina aos de fora, há que nunca esquecer os de dentro. E quanto ao flyers irem todos para o lixo, cada um fala por si: acredito que vão todos para ao lixo, e será um óptimo trabalho se forem todos para ao lixo dia 13 de Abril.

Anónimo disse...

Antes de tudo, o papel é reciclável, pelo que ir directo para o lixo este flyer é motivo para nos deixar triste, independentemente da data em que isso suceda, pelo que devias era apelar a colocação dos mesmos em eco pontos.Mesmo com a tua explicação, fiquei sem saber Quanto custa tudo isso? será que o erário público dá para tudo? seguinte: "Quanto custa tudo isso? será que o erário público dá para tudo?"

:-)

Bruno Costa disse...

OK... lógico que pode ser reciclado, sigam então todos para o ecoponto a 13 de Abril! :)
Quanto ao custo global da Semana Santa, 55.000€ (50.000€ dos cofres da autarquia) é o valor anunciado... nada de muito significativo quando comparado com impacto e visibilidade que o projecto já começa a ter... e com o que se pretende criar com a nova estratégia de comunicação e reforço da componente de recriação histórica que este ano se verifica.