quarta-feira, 7 de março de 2012

A32: Autoestrada que custou 386 milhões está às moscas


A A32 foi inaugurada há cinco meses e dá a sensação de ter tido mais gente a falar dela do que a percorrê-la. A autoestrada que custou 11 milhões por quilómetro (386 milhões, no total) está às moscas. 


A Brisa e a Auto-Estradas Douro Litoral divulgam, esta quarta-feira, os dados de tráfego das suas concessões para o quarto trimestre de 2011. No que diz respeito às estradas do Norte, serão conhecidos dados para a A1, A4 e A3 e ainda da concessão Douro Litoral - A41 Picoto/Ermida, A43 e A32.


Partindo da notícia, poderemos, de imediato, concluir o inevitável: os loucos afinal tinham razão. Esta auto-estrada «não faz sentido». Quem ganhou com o erróneo investimento de quase 400 milhões de euros? Diz-se que um investimento 8 vezes inferior resolveria a questão da mobilidade via transporte ferroviário, mas voltou a preferir-se a aposta no betão. 
Construiu-se a terceira auto-estrada paralela num raio de 10Km, sem que as indispensáveis ligações perpendiculares estivessem realizadas. Por sinal, as ditas estradas de baixo investimento que tornariam esta obra completamente dispensável, algo que inversamente não acontece, carecendo esse mesmo investimento de ser realizado.

Nota, ainda, para o facto de no relatório anual da Brisa, hoje apresentado, não constarem os dados de tráfego da Concessão Douro Litoral. Curiosamente um conjunto de vias com resultados francamente negativos.
E assim se desperdiçam recursos e verbas... e assim se conduz um país à ruína. E mais não escrevo.

3 comentários:

Carlos Sousa SJM disse...

Por uma certa inoperância, falta de vontade em fazer certas correcções á via que liga SJM a SMF fui defensor da construção da A32, mas sempre achei que seria uma via equiparada a A29 no que toca ao valor cobrado ao utente por km.

O que se deveria descobrir era se o valor a ser pago pelo utente era conhecido a quando da assinatura dos acordos entre as várias entidades. Se sim tem que responsabilizar as varias entidades por este negocio lesivo para o estado, pois só pessoas de ma índole (o que me apetece chamar é diferente) é que achariam que algum iria pagar mais 10% em Km que pela A1 ou 3€ para quem tem descriminação positiva pela A29.

Como eu duvido que os valores não fossem conhecidos antes da construção da A32 acho que isto tudo foi uma prenda do estado a uma concessionária que pertence não sei a quem mas foi essa entidade a beneficiada num contrato milionário durante 30 ou 40 anos, pois o trafego para a concessionária, esta garantido... Resta saber quem o paga... pelo andar da carruagem vai ser o estado a pagar a fatia de leão, pois utentes contam-se pelos dedos.
Ao estado compete minorar o impacto destas contas, que force a concessionária a mudar o valor a pagar pelo utente, para um equiparável ao da A29 e no fim façam as contas mesmo que estado tenha que cobrir o remanescente acordado. Há que minimizar impactos ainda para mais em tempos de crise…

Bruno Costa disse...

Há que relembrar que os valores pagos na A29, neste momento, são artificiais. Além da discriminação positiva que mais dia menos dia irá acabar, o troço Maceda-S. Felix não é pago, por questões relacionadas com melhoramentos que a concessionária terá de levar a cabo na via. Com o acréscimo de mais dois pórticos neste troço (será o que de fala por aí) o valor já colará à A1.
De relembrar, ainda, que com a subida em 0,10€ na taxa de portagem da A1, em Janeiro, e a manutenção na A32, o valor por quilómetro estará, agora, equilibrado.

Carlos Sousa SJM disse...

li nao sei onde, que a descriminação positiva esta garantida ate fim de 2013, depois... mas duvido que a retirem.

Agora se o valor por Km das 3 vias for proximo, sera então uma questao de proximidade a decisao sobre que via optar, desde que nao seja para o sul... so a A1