Chegou o Verão e eis que regressam os saudosismos… por toda
a Europa (errado, hoje falamos já de um evento à escala mundial), hoje, comemora-se a “Fête de la Musique”.
Há mais de uma década, a
Feira aderiu à Associação Festa Europeia da Música, como o único membro português…
mas nunca a essência cá chegou por completo. Ao longo de alguns anos se foram perfilando
alinhamentos de meros concertos de palco, inicialmente multicêntricos e mais
tarde em contexto de “festival”, abarcando vários dias em torno do 21 de Junho. Erro mais do que certo… e ficou patente.
Deixou-se
morrer um projecto cultural único e que a ser levado nos conceitos da sua
génese poderia ser imponente e minimalista em termos de custos e duração: 21 de Junho. Olhemos para os
Encontros com a Música, que em Outubro saem à rua, e compreenderemos que afinal
já se atingiu em parte o conceito (embora se possam referir diferenças estruturais gigantescas, com destaque para a duração), mas perdemos o barco da “Fête de la Musique”.
Será?
Este ano limito-me ao saudosismo de um projecto especial,
que por cá nunca foi devidamente explorado, até ao seu silenciamento, na
esperança de um reencontro futuro, mas na rua (mesmo sem palcos), nos cafés e
nas lojas, num dia de intensa partilha musical, celebrando o solstício de
Verão, como Jack Lang e Maurice Fleuret o conceberam. Será que a própria Caixa das Artes não poderá ter uma palavra a dizer, dada a sua pluralidade de intervenção, num projecto desta natureza?
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