quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Amanhã no Festival da Juventude: Clã

«Os Clã surgiram algures entre Vila do Conde e o Porto em 1992, sob o impulso de Hélder Gonçalves, que recrutou para o projecto os músicos Miguel Ferreira (voz e teclados), Pedro Biscaia (teclados) e Pedro Rito (baixo eléctrico). Mais tarde, juntou-se ao grupo o irmão de Hélder, Fernando Gonçalves (bateria) e, por último, Manuela Azevedo (voz), que o cantor já conhecia desde os tempos de liceu e da Academia de Música, e com quem chegou inclusivamente a trabalhar em 1986/87.
Este projecto levado a cabo pelo duo e do qual resultaram alguns originais foi interrompido devido a diferentes ambições profissionais por parte de Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo. Ele prosseguiu a sua carreira de músico e ela ingressou na Faculdade de Direito de Coimbra, tendo regressado à música anos mais tarde.
O trabalho dos Clã começou a ganhar forma em 1993, assim que o grupo se propôs a desenvolver o trabalho anteriormente realizado por Hélder Gonçalves. Depois de muitos ensaios, chegou a altura de apresentar o resultado ao público, que foi ainda antecedida por um "retiro espiritual" de uma semana num palacete situado na aldeia.
O ano seguinte foi dedicado a concertos, tendo a estreia ao vivo do grupo acontecido no bar "Meia Cave", da Ribeira do Porto. Este período foi útil ao desenvolvimento da linguagem do grupo e a uma reflexão sobre o projecto inicial a que se propuseram, do qual resultaram inclusivamente novas canções, que a banda foi apresentando nos espectáculos que se seguiram. Foi também a partir deste momento que o grupo começou a trabalhar nas suas actuações em palco, que são hoje uma mais-valia na carreira dos Clã, pela força e intensidade que tanto a vocalista Manuela Azevedo como os restantes músicos conferem à sua música ao vivo.
A assinatura do contrato discográfico com a EMI-Valentim de Carvalho aconteceu finalmente em 1995, alturam em que se trataram também dos primeiros detalhes acerca da edição de "LusoQualquerCoisa", o disco de estreia, que foi editado um ano mais tarde. Contou com a produção de Mário Barreiros e de Carlos Tê, o responsável pelas letras, e foi citado pela crítica como um dos projectos mais promissores do panorama musical português surgidos nos anos 90.
Com grandes influências da música negra, a música dos Clã aposta na fusão do acústico com o recurso às novas tecnologias, bem como de variadíssimos estilos musicais, realizando incursões aos universos da soul, rock, reggae, funk, rap, hip hop e acid jazz.
O segundo registo de originais da banda surgiu em 1997 e teve mais uma vez a colaboração de Carlos Tê e Mário Barreiros. "Kazoo", que maracava a viragem para a som mais rock, gozou igualmente da aclamação da crítica e foi, ao mesmo tempo, bem recebido pelo público, muito em parte graças ao tema "Problema de Expressão".
Após um intervalo de três anos, os Clã regressaram às edições discográficas com o muito aguardado sucessor de "Kazoo", intitulado "Lustro". O disco foi gravado no Estúdio Kashbah, no Porto e, para além do contributo habitual de Carlos Tê como letrista, contou ainda com participações especiais de Manuel Cruz, dos Ornatos Violeta, Sérgio Godinho e do brasileiro Arnaldo Antunes (ex-Titãs).
Em Dezembro de 2001 foi finalmente editado em formato disco o concerto realizado pelos Clã com Sérgio Godinho, no Teatro Rivoli no Porto, nos dias 8, 9 e 10 de Janeiro de 2000. "Afinidades" contou no alinhamento com temas originais de ambas as partes, ainda que vestidos com outras roupagens sonoras.
Em Maio de 2004, chegou o quarto trabalho de originais da banda, intitulado "Rosa Carne". O single de avanço foi 'Competência para Amar' e antecedeu uma extensa digressão nacional, com passagens por festivais como Super Bock Super Rock, Paredes de Coura, Sudoeste e Noites Ritual Rock, durante o Verão.»

in Cotonete

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