A Fundação Terras de Santa Maria, "a melhor público-privada no estudo
encomendado pelo Governo", é uma das que vai perder todos os apoios do
Estado, mas garante que a sua atividade não será afetada com a medida.
Entidade titular do ISVOUGA - Instituto Superior do Entre Douro e
Vouga, a Fundação foi criada em 1990 como estrutura público-privada,
propondo-se organizar cursos, colóquios e eventos de formação
profissional de reciclagem contínua ou recorrente, assim como realizar
ações culturais e de investigação científica pura ou aplicada, atribuir
bolsas de estudo e patrocinar intercâmbios entre países de Língua
Portuguesa.
Fonte da administração da Fundação garante que essa não recebe
"qualquer tipo de fundos" da Câmara Municipal da Feira, que integra o
seu conselho de fundadores, e adianta que, mesmo no que se refere aos
apoios do Estado, entre 2008 e 2010 esses ficaram-se pelos 157.794 euros
e destinavam-se sobretudo a comparticipar estágios profissionais.
É com base nesses números que a mesma fonte garante: "Sendo a
Fundação autossubsistente, uma vez que a percentagem dos apoios
financeiros públicos em relação ao total de proveitos nos últimos anos é
de 2,6 por cento, esta medida [do corte de apoios do Governo] não irá
afetar a sua atividade normal".
"Desde a sua criação em 1990, a Fundação Terras de Santa Maria não
obtém qualquer tipo de subvenções ou apoios financeiros públicos, nem da
autarquia nem do Governo Português", assegura a referida fonte da
administração. "Alguns apoios pontuais indiretos são exceções,
nomeadamente a comparticipação do Instituto do Emprego e Formação
Profissional em estágios profissionais e apoios comunitários para a
realização de Cursos de Especialização Tecnológica".
É por esse motivo que António Cardoso, presidente da concelhia do PS
na Feira e líder de bancada na Assembleia Municipal, considera que "o
corte cego do Governo é lamentável".
"A realização de estágios e a atribuição de bolsas de estudo é
particularmente importante nesta fase", explica, "e o corte do Governo
só vem prejudicar os mais fracos, logo agora que há estudantes em
grandes dificuldades económicas e em que mais é preciso apoiá-los no
arranque da sua vida profissional ativa".
Sobre a Fundação do ISVOUGA em específico, António Cardoso considera
que essa tem feito "um trabalho meritório"; sobre a generalidade das
medidas afetando as fundações nacionais, o socialista defende que "faz
falta mais esclarecimento, para se saber por que é que umas sofreram
cortes muito profundos, outras cortes mais suaves e outras ainda são
totalmente intocáveis".
A Fundação Terras de Santa Maria foi criada pelo município da Feira,
por personalidades do meio académico e por várias empresas da região do
Entre Douro e Vouga - que, além do concelho-fundador, integra também os
de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca.
No estudo do Governo de avaliação às 190 fundações existentes no
país, foi considerada a melhor fundação público-privada do país e obteve
a sétima melhor posição na classificação global. Os critérios adotados
foram a sua pertinência/relevância, a sua eficácia e sustentabilidade.
Reconhecida como de Utilidade Pública, evoluiu de um património
inicial de 25.000 euros para dois milhões e 202.000 euros em 2010,
servindo um universo global de 20.432 pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário