Não falam português. Arranham o inglês. E estão, desde Setembro, a
viver em Santa Maria da Feira. Vieram da Republica Checa para estudar no
Instituto Superior de Entre Douro e Vouga (Isvouga), ao abrigo do
programa Erasmus. O instituto voltou, depois de um longo interregno, a
receber o programa que permite aos alunos conhecer novas culturas,
tradições e realidades. Neste momento, duas alunas checas conhecem os
cantos do Isvouga, da cidade e do país. Por lá, na República Checa,
“passeiam-se” alunos do Isvouga. O programa de parceria do instituto
superior de Santa Maria da Feira estende-se a várias universidades da
Europa, sinal, diz o responsável pela coordenação do programa Erasmus,
Paulo Marcelo, da qualidade do ensino naquele estabelecimento de ensino.
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Curiosamente Paulo Marcelo, agora responsável pela gestão do programa
Erasmus, foi o primeiro aluno do Isvouga a experimentar viajar para
França, no âmbito deste programa, ainda como aluno do instituto superior
feirense. Agora é ele que ajuda os alunos que vão e aqueles que chegam
para que a experiência seja o mais enriquecedora possível.
O instituto de Santa Maria da Feira voltou a abraçar este projecto e de
uma forma bem mais alargada. Actualmente mantém parcerias com seis
universidades, instaladas na Polónia, Espanha, República Checa e Itália.
Sete alunos do Isvouga estão espalhados por estas sete universidades e,
por cá, duas checas tentam a compreender a língua portuguesa e assistem
às aulas nas salas do Isvouga.
Martina Adamová e Tereza Rimnácova não falam português. Nem uma
palavra. Desenrascam-se com o inglês, porque “o português é muito
difícil”, confessam. Estão cá desde Setembro e dizem-se satisfeitas com a
realidade que encontraram, apesar do facto de não falarem português
colocar alguns entraves no dia-a-dia. “São poucos os estudantes que
falam inglês e, por isso, nem sempre é fácil conhecer gente nova” - diz
Martina Adamová.
De qualquer forma, isso não tem sido impedimento para conhecer novos
lugares. Já conhecem a cidade de lés-a-lés e já visitaram a cidade do
Porto, provaram a gastronomia de Arouca, viajaram até Viana do Castelo,
conheceram a praia do Furadouro e passaram por Aveiro, deslocaram-se até
Lisboa e experimentaram o sol do Algarve.
“É tudo muito bonito” – diz Teresa Rimnácová, salientando que tudo é
também muito diferente da sua cidade. “É uma cidade grande” – aponta.
Para a colega, a diferença de dimensão foi pouco sentida. A sua terra é
mais parecida com a Feira e, por isso, é que os seus pais decidiram
escolher o território feirense para passar o Natal que se aproxima.
“Eles vêm cá ter” – diz a estudante. A amiga já tem voo marcado para a
República Checa, mas volta.
No Isvouga sentem-se confortáveis. “Parece-se mais com o liceu, por ser
bastante mais pequeno do que as universidades que frequentamos” –
aponta Martina Adamová. “Mas é bom. Aprendemos a fazer muitas coisas
sozinhas e conhecemos outras formas de aprendizagem e de culturas”.
Paulo Marcelo, responsável pela coordenação do programa Erasmus, não
tem dúvidas que as experiências que os Isvouga está a proporcionar, aos
seus alunos e aos de outros países, vão enriquecê-los como pessoas e
como profissionais. “Temos uma atenção especial para com todos eles para
que sejam bem recebidos cá e nas outras universidades. Depois de
ultrapassada a primeira semana, tudo se torna mais fácil”. Mesmo assim,
aqui no Isvouga, proporcionam-se alguns miminhos especiais aos alunos
Erasmus. “Não esquecemos de celebrar os aniversários com eles, por isso,
há sempre um bolo surpresa”.
Para os que vão, os Isvouga isenta-os do pagamento de propinas e
ajuda-os em todo o processo de instalação. Aos alunos que chegam a santa
Maria da Feira, o alojamento é gratuito. “Queremos fomentar este tipo
de experiências, porque acreditamos que é importante para os alunos e
para o próprio instituto” – conclui.
@ 7sete
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