Poucos dias passados sobre o lançamento do Documento Verde
da Reforma da Administração Local é tempo de conhecer os princípios e conceitos
da reforma anunciada e compreender a situação do município de Santa Maria da Feira.
Em primeiro lugar, e seguindo os pressupostos da reforma,
teremos de enquadrar o concelho numa das 3 categorias. Santa Maria da Feira
integra o grupo de 37 municípios com mais de 500 habitantes por Km2.
Assim, toda a atenção seguinte se centrará nos critérios aplicáveis a este
grupo de municípios.
Comecemos pela reforma do mapa administrativo. Teremos a
considerar 3 tipos de freguesias. Aquelas que se encontram num raio de 3Km da
sede de município e fora disto teremos dois grupos, as que distam menos de 10Km
da sede e as que distam mais de 10Km. Considerando uma avaliação básica, em
linha recta (desconhece-se a metodologia a adoptar: linha recta vs distância em estrada), através
do sistema municipal de informação geográfica – Mirante – apenas Canedo e Vale
se encontrarão no grupo das mais distantes, ficando o raio de 3Km central
composto por 8 freguesias (Escapães, Espargo, Feira, Fornos, Sanfins, São João
de Ver, Souto [?] e Travanca). Todas as restantes freguesias ficarão no grupo
intermédio desta avaliação.
Grupo I – até 3Km da sede de município
Aplica-se o critério universal de um mínimo de 20.000
habitantes por freguesia. Desta forma, TODAS as freguesias do grupo se
encontram em condições de aplicação de reforma do mapa administrativo, sendo
que destas 8 (população total de 40.129 habitantes) apenas poderão vingar, no
máximo, 2 freguesias.
Grupo II – de 3Km a 10Km da sede de município
A tabela inclusa na figura resume o conjunto de freguesias
em risco e a respectiva população actual, sendo que neste grupo será necessário
o mínimo de 5.000 habitantes por freguesia. Das 21 freguesias que aqui se
incluem, 13 cumprem os critérios de reorganização.
Grupo III – mais de 10Km da sede de município
Serão incluídas duas freguesias do nordeste do concelho (Canedo
e Vale), sendo que apenas no caso do Vale se verifica a aplicação dos conceitos
da reforma.
Há, ainda, que referir que um dos objectivos deste processo
será a aplicação voluntária dos conceitos, pelo que algumas das freguesias não
visadas aqui poderão também integrar a reforma, para que se consiga um mapa
mais harmonioso. Os próximos meses trarão com toda a certeza respostas concretas.
NOTA: atendendo à aplicação pura e simples de um sistema com
outro objectivo primário, a real medição de distâncias poderá variar
ligeiramente, colocando uma ou outra freguesia em grupos diferentes, no entanto,
nos casos em questão a alteração do grupo não significaria a alteração do
estado de “risco”, pelo que a realidade que se apresenta será aproximadamente
coincidente com o que se concluirá no processo oficial, atendendo às premissas do
documento apresentado.
Concluído o mapa, há que falar nas empresas e nos cargos
dirigentes. É certo que o concelho da Feira, integrado no grupo dos concelhos
com mais de 100.000 eleitores, perderá 2 vereadores (serão eleitos apenas 8),
sendo que apenas 4 deles poderão exercer o cargo a tempo inteiro. No que à Feira Viva diz respeito, a questão será certamente mais discutida…
muitos prós e contras terão de ser avaliados, a começar pelos critérios
concretos e objectivos da reforma (que afinal de objectivos pouco têm) e que ainda não
tive oportunidade de desbravar com toda a calma.
Ficam, assim, algumas notas… que se abra a discussão pública
e que esta seja coerente e construtiva.
7 comentários:
Gostei da etiqueta "polícia" :)
Não difere muito de política. :)
Ui, vem aí guerra e batatada!
Esqueçam lá isso, as freguesias não vão acabar, só as Juntas passarão a ser para mais do que uma freguesia.
Uma reforma há muito necessária
Confude-se Freguesia com Junta de Freguesia...
Sobre a Feira Viva: como esta tem dividas assombrosas desde que foi criada, e só nao tem mais porque vive dos subsidios certos da Câmara, esta deverá ser extinta.
Extinguir a Feira Viva!? Comédia. E a eficiência dos equipamentos desportivos? Não falo dos eventos, porque a mesma equipa faria o mesmo nos dois lados. Mas reconverter os equipamentos às regras da função pública faria disparar os custos, especialmente com pessoal. Não me parece solução.
Como sempre a dor de corno a actuar. Extingam quem bem trabalha neste concelho.
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