domingo, 2 de outubro de 2011

Onde pára a Caixa das Artes? - Take 2


Após um vasto conjunto de interrogações, durante o mês de Setembro o executivo municipal anunciou que até ao final do dito mês haveria novidades relativas ao processo da Caixa das Artes. O projecto estaria a ser revisto, de forma a reduzir o orçamento total, possibilitando a utilização exclusiva do financiamento europeu (8 milhões de euros garantidos), sem necessidade de investimento local. Colocaram-se questões de valências e qualidade da obra, dada a redução de 4 milhões de euros que se pretende fazer face ao projecto inicial... e aguardavam-se respostas. Dei conta que já estamos em Outubro... afinal, onde está a Caixa das Artes?

18 comentários:

Anónimo disse...

Nessas coisas que se percebe a qualidade do executivo. A maioria das decisões tomadas são caraterizados por falta de planeamento e intransparência. Neste projeto concreto ninguém sabe de nada. Muito lamentável. Parece sempre mais uma oligarquia que uma democracia. E a oposição parece também estar dormir ...

Mas, qual são as contrapartidas do proprietário da superfície comercial ? Houve corrupção ? Como vai se reconfigurar o projeto e qual é o plano B ?

Uma coisa é certa. Uma reconfiguração do projeto precisa manter a polivalência do espaço. No caso do insucesso do projeto se poder aproveitar as instalações no centro da cidade por outros fins.

Anónimo disse...

Há Presidentes de Câmara e Vereadores que vivem noutro planeta, nao se aperceberam que estamos numa crise profunda e que temos de repensar os investimentos. Enquanto há quem continue a sonhar com obras megalómanas, o concelho da Feira é um dos que apresenta maior taxa de desemprego...

Bruno Costa disse...

Por isso mesmo temos de investir para criar emprego. A aposta nas indústrias criativas será um enorme empurrão para uma nova área de empregabilidade, potenciando todo o know-how já existente. Além de que com financiamento de 8 milhões de euros aprovado SÓ PARA ESTE FIM não fará qualquer sentido perder um investimento de vulto e de futuro.

Anónimo disse...

Nunca percebi a razão de tanta dor de corno neste concelho. Há gente que não se percebe. Se o projecto fosse a norte, mesmo que verdadeiramente megalómano (algo que este não é), seria excelente e teria de avançar para ontem. Como é a sul, lá vem a teoria da conspiração. Sejam coerentes, senhores!

Anónimo disse...

Não se pode projetar coisas 30 % sobre o orçamento. Culpa tem o arquiteto ? Não sei.

As construtoras que levem a câmara o dobro porque a câmara não paga (como um elemento do CDS surgiu no programa "Tribuna" na RCF) ? Não sei. Ou, o projeto foi simplesmente alterado ? Ninguém sabe.

Uma coisa que sei. Nós temos direito de saber. Ganho impressão que o senhor presidente pensa que todos feirenses são analfabetos ...

Anónimo disse...

Está-me cá a parecer que vai ser preciso sair à rua e pedir explicações sobre um processo nada transparente.
Uma oportunidade única que, ou muito me engano, ou este executivo vai deixar fugir.
Será que a Vereadora do "poleiro" da Cultura tem mesmo por objectivo o desenvolvimento do cultural do concelho? Cá para mim, só quer destruir o que se fez na última década! Haja paciência!

Anónimo disse...

Este completo desinteresse da autarquia e a inacreditável desinformação deste processo são absolutamente lamentáveis. Renovação precisa-se na Praça da República!

Anónimo disse...

Uma obra essencial com um processo vergonhoso.

Anónimo disse...

Vergonha. Afinal há ou não há centro de artes? Há ou não há centro de criação?
Mas que raio fez a Sonae para bloquear o desenvolvimento cultural?

Anónimo disse...

Mas a Câmara tem vereadora da Cultura? Quem é? O que fez de novo, para além de destruir o que fizeram os antecessores?

Anónimo disse...

Plenamente de acordo, temos uma "senhora" avariadores destruidora de cultura!

Anónimo disse...

Avariadora será talvez um bom nome, como se diz aqui ao lado.

Antonio Santos disse...

Não vou comentar o inconcebível. É inadmissível tal atraso sem qualquer explicação lógica.

Anónimo disse...

recebemos 8 milhoes, ok e quanto temos que gastar?.
Há coisas que nao se percebem.. se nao ha dinheiro para os eventos culturais, como poderá haver dinhero para o betao..
para mim, o edificio é bem feio, e nada tem de novo para o panorama da arquitectura portuguesa.
A Infelismina tropa e boy Zipzip la iram estourar os nossos impostos em betao branco...
Vao destruir um escola e um sala de espectaculos com a mesma capacidade, para construir este aborto retardado.
algum que nos ajude a livrar-nos desta gente.

Anónimo disse...

Mais uma vez, uma obra desnecessaria! As necessidades básicas do concelho da Feira nao estao sanadas ainda...

Anónimo disse...

Desenvolvimento económico, numa área que já move milhões todos os anos no concelho, será deitar dinheiro ao lixo?
Não usar os 8 milhões de euros para uma obra reconhecida pela Comissão Europeia é que seria deitar dinheiro ao lixo!

Vox Populi disse...

Meus amigos, no projecto da Caixa das Artes, ele há coisas que a autarquia, Sr. Presidente da Cãmara ou Sra. Vereadora da Cultura, não esclarecem?! Por ignorãncia, manobra política?! Vá-se lá saber porquê... Atente-se ao projecto Caixa das Artes... na minha opinião é um investimento sem qualquer sentido de planeamento estratégico, tanto a nível económico, como cultural. Este projecto, a meu ver, só seria justificável se as indústrias culturais e criativas, para além de procurarem a diversificação do tecido económico concelhio, viessem, também, potencializar a sua acção na aplicação à indústria de transformação da cortiça. Pode parecer estranho, mas está localizado neste território o maior centro de transformação corticeiro, e sendo a cortiça um produto natural em constante evolução, com a ajuda da criatividade poderia encontrar-se rampas de (re)lançamento desta indústria presentemente em declinio.
O projecto da Caixa de Artes em vez de estar alavancado numa coisa "imaginária" cuja presença no território acontece de forma efémure, através de algumas iniciativas culturais, deveria estar debruçado numa perspectiva de desenvolvimento do concelho, prestando atenção à sua dinâmica económica territorial. Assim faria sentido que o projecto não estivesse apenas centrado na cidade da Feira, mas sim entre Santa Maria de Lamas, Lourosa e Mozelos, em pleno centro da cortiça. Aqui poderia aplicar-se o verdadeiro principio das industrias criativas: "nada se perde, nada se cria, tudo se transforma", significando isso uma regeneração (ou recuperação) de antigos complexos fabris para servirem de pólos incubadores e dinamizadores de criatividade. Se quisermos como está a fazer SJM com a Oliva, ou Guimarães com as antigas fábricas de tecelagem. Santa Maria da Feira, por falta de visão e estratégia... está a perder esta oportunidade com a construção de um "mamarracho" que muito pouco ou nada servirá... A manter-se a intenção da Feira... por que não pensar na opção do Europarque?! Inicialmente aquele complexo foi pensado para ser a "cidade dos Eventos". Saíu frustrado esse sonho... Mas poderia ser, sem dúvida, a "cidadedas artes"?! condições nãolhe faltam... e a obra até já está feita!
Voltando ao projecto actual da Caixa de Artes, alguém já reparou no "erro", ou tentativa de logro dos políticos responsáveis pelo Municipio? Então, atente-se... a CMSMF zapresentou uma candidatura aos Fundos Europeus no valor total de 12 Milhões de Euros, a compraticipação que dali adveio foi na ordem dos 8 Milhões. O que é que isso em termos financeiros significa? Significa que a União Europeia finaciará cerca de 67% da obra, os restantes 4 Milhões, ou seja 33% serão por conta da autarquia. Estes valores são fixos e não podem ser mexidos... por isso não é verdade que a obra custe 8 Milhões e seja efectuada apenas com o financiamento europeu, pois este, por regra, nunca é na totalidade. Assim sendo alguém nos anda a enganar... ou será que querem atirar areia aos olhos?

Bruno Costa disse...

Caro Vox Populi, são mesmo estas opiniões e partilha que serão fundamentais para o sucesso deste e outros projectos.
Mas devo relembrar que a Caixa das Artes não se limita ao centro da cidade feirense. Nunca será demais relembrar que o pólo I se situará em Espargo, em plena zona industrial... e apenas a secção de exibição final ao público (pólo II) se implantará no centro da cidade.
Concordo com a perspectiva da indústria e das raízes, mas será isso não tem acontecido nos projectos do CCTAR?
Obviamente que só com esta estrutura um maior número de projectos poderá ser real, já que hoje a maioria da produção se centra no Imaginarius... e já alguma componente criativa para uma nova vertente da Viagem Medieval.

Relativamente ao Europarque, concordo que pudesse ser aproveitado, mas trata-se de um espaço privado. Provavelmente em pouco tempo isso irá mudar... e talvez chegue ao local uma mentalidade mais aberta.

Quanto ao "mamarracho"... onde está? :P
Acredito que se esteja a referir ao pólo II. Não me parece que um espaço para substituir o Cine Teatro possa ser apelidado de tal. O Cine Teatro tem uma média de 60 espectáculos por ano (alguns com várias apresentações/dias), sendo que isto dá uma média superior a um por semana. Poucas salas do país têm taxas de ocupação mais elevadas. Atendendo ao estado praticamente obsoleto em termos de tecnologia e condições para uma recuperação digna, parece-me que esta será a melhor opção. De relembrar que este não seria o objectivo, mas dado que o desenvolver do projecto o propiciou e o financiamento europeu o permitiu, esta será uma oportunidade rara, a aproveitar.
O auditório do Europarque não deve ser considerado como concorrente, uma vez que "joga" noutro campeonato. Está numa nível de lotação demasiado elevado para o tipo de espectáculos que caracterizam esta sala e o projecto, pelo que deva ser encarado para outros projectos.

Quanto ao financiamento, este QREN teve a particularidade de atribuir verbas fixas mediante esse projecto a financiar. Mas dada a situação de crise, permite a contenção dos planos, mantendo a comparticipação.

De qualquer forma, continuam a faltar peças num puzzle que deveria ter sido completo em Março... com concurso em Abril/Maio... e obra até Agosto.