quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Jovens de skate na mão transformam Alameda do Tribunal numa pista improvisada


São mais de duas dezenas e juntam-se todos os dias na Alameda do antigo Tribunal de Santa Maria da Feira… para praticar skate. Fazem-no desde o início das férias de Verão e o hábito acabou por se enraizar assim como tem raízes a paixão pela modalidade. Dizem que aquele é o único espaço onde podem “dar largas… ao skate” e até trazem as vassouras de casa para limpar um território que conquistaram.

O mais novo tem 12 anos. O mais velho 17. Frequentam todos a Escola Secundária de Santa Maria da Feira, mas nem todos moram na cidade. Vêm de vários cantos do Concelho, porque encontraram junto ao antigo tribunal, o espaço para fazer deslizar as rodas dos skates que carregam diariamente. “É uma filosofia” – diz Fábio Rocha. Há seis anos que pratica a modalidade e apenas lamenta que, na cidade, não haja um campo próprio para os skaters com equipamento e rampas adequadas à prática deste desporto. Fizeram, por isso, da Alameda uma pista improvisada com rampas construídas com tijolos de pedra e estrados de madeira. Juntam-se todo os dias, a partir das 18h00 até à hora de regressarem a casa a pé - ou como quem diz de skate - ou de autocarro. Com eles trazem a claque que os acompanha. Elas apoiam os desportistas e asseguram as fotos que ficarão para a posterioridade.

“Somos uma família” - diz “Mané”, como gosta de ser chamado. Mora em Lobão e tem 14 anos. Não é há muito tempo que se aventura em cima do skate, mas assegura que tem algum jeito. Juntou -se ao grupo no início da férias e o ritual mantém -se até agora. Vão para ali porque não têm outro espaço e usaram a imaginação para improvisar a sua pista. “Ao fim-de-semana trazemos vassouras de casa e varremos a alameda, porque há sempre lixo e vidros que nos podem magoar”.

Bruno Ferreira é o mais novo. Tem 12 anos. “Mas aqui a diferença de idades não importa”. Importante mesmo é o skate e esse gosto que nos une”. Ensinam-se uns aos outros e já há muitos “prós” no grupo. Fábio Rocha é considerado um deles. É o que carrega o skate há mais tempo e o faz deslizar no chão ou em piruetas. “É bom ter esta gente toda que gosta da modalidade” – refere, não escondendo as suas ambições de um dia se tornar profissional no skate. “Vamos a ver”. Para já, é ali, na alameda que treina.

Atrás de si uma assistência feminina. “Elas não andam de skate”. E porquê? “Não temos jeito” – responde Joana Valente, de 16 anos. Gosta de ver os colegas até já experimentou, “mas chegamos à conclusão que não temos mesmo jeito para isto”. Na sua opinião, os colegas mereciam ter outras condições, porque se trata da prática de um desporto. “A Feira deveria ter uma pista como a que existe em S. João da Madeira” – aponta, enquanto aponta a objectiva da sua máquina fotográfica. Ela é que assegura as fotografias que vão recordar mais tarde. “Temos milhares”.

@ 7sete

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