
O Krónikas Feirenses volta a olhar para a cidade. No início de 2009, triplamente ano de eleições (europeias, legislativas e autárquicas), decidi classificar, segundo o meu entendimento, as principais necessidades da cidade. De todas as eventuais carências, escolhi 10 pontos. Para cada uma destas abordagens relativamente à cidade irei debruçar-me sobre as necessidades de investimento dos próximos tempo, sendo que na grande maioria me refirirei a grandes carências, essenciais para o desenvolvimento sustentado.
Ao longo dos próximos 10 dias, por ordem crescente de importância irei escrever sobre cada um dos 10 pontos seleccionados... para começar ficamos pelo 10º ponto da lista... o
DESPORTO.
Considero que na última década se tem feito um excelente trabalho a nível da formação desportiva no concelho. Não só à custa da autarquia, mas essencialmente das dezenas de associações e mesmo pelo envolvimento da comunidade escolar. O desporto assume-se cada vez mais como uma das prioridades das camadas mais jovens da sociedade... mas não devemos pensar só em ginásio. A aposta em desporto colectivo deve estar à frente.
Actualmente a cidade assiste ao crescimento de um dos maiores centros de formação de futebol do país, onde centenas de crianças e jovens correm em busca do seu sonho. O trabalho do CD Feirense é de louvar a este nível, mas nunca será demais continuar a investir, ao mesmo tempo que se reforce a presença de outras modalidades. As Piscinas Municipais têm reforçado em muito a sua oferta, não sendo hoje um mero espaço de aprendizagem de natação concencional. Os ginásios municipais e os "Studio" que existem em paralelo reforçam em muito a oferta. Mas não faltam projectos que a concretizar-se poderão transformar Santa Maria da Feira numa referência a este nível:
- a prioridade absoluta será retirar o obsuleto Estádio Marcolino de Castro do centro da cidade. Não será somente pelo sua inutilidade nos dias correntes, mas essencialmente para que a cidade possa contar com um espaço de maior qualidade, que para além de futebol possa albergar outro tipo de eventos, com maior comodidade para o público. Não será certamente missão da autarquia pagar o estádio ao CD Feirense, mas pode sempre dar uma ajuda na resolução do impasse que leva à demora na transferência para Sanfins;
- a criação do centro de formação desportiva da Fundação Técnica e Científica do Desporto, projectado para Espargo, será a maior contribuição para o desenvolvimento desportivo do concelho. O projecto anuncia-se como uma escola de nível secundário, vocacionada para a formação técnica em desporto, sendo pensada a evolução para nível universitário. A cidade desportiva da FTCD será composta por pista de atletismo de 400 metros, pavilhão polidesportivo, complexo de ténis, piscinas olímpicas, salas de aulas, edifício administrativo e de serviços, dormitórios e uma área verde envolvente. Neste processo, mais uma vez, não será a autarquia a responsável, mas muito pode fazer para que se torne realidade mais rapidamente;
- a modernização das piscinas municipais, com a criação de espaços de SPA e saúde permitirão uma melhor rentabilidade financeira e aproveitamento do espaço;
- a tradição do ciclismo é, de há muito, grande em Santa Maria da Feira. A criação do Velódromo Nacional em São João de Ver foi já muito falada. Mas ao que parece terá morrido... seria uma excelente oportunidade de diversificação de modalidades;
- os pavilhões municipais (Lavandeira e Arrifana) precisam de modernização. Embora sejam pavilhões desadequados às necessidades de eventos de grande projecção, serão sempre de grande utilidade a nível da formação, especialmente pela sua proximidade da população envolvente;
- o complexo de ténis da Lavandeira deverá ser adquirido pela autarquia e integrado na gestão do pavilhão, de modo a ser modernizado, potenciando a criação de hábitos desportivos a este nível;
- por último, a parte mais difícil. Certamente que toda a gente se recorda do primeiro projecto do Europarque... aquele de 1991/1992. Nessa altura anunciava-se uma segunda fase do projecto, com um grande Pavilhão Multiusos. Na altura o projecto permitia uma audiência de 10.000 pessoas nas bancadas convencionais, sem contar com eventuais extensões mediante o tipo de eventos. Já que o projecto tem sido arrastado... e não se encontra anunciado para a próxima fase de expansão do Europarque, porque não a autarquia entrar em colaboração com a AEP e construir o pavilhão em parceria, nem que seja de dimensão um pouco mais reduzida. Este projecto traria vantagens desportivas evidentes, mas também a nível cultural, uma vez que colocaria o Europarque definitivamente na linha da frente para a recepção de grandes eventos na zona do Porto.
Esta é então uma análise superficial, pouco exaustiva e sem contrasenso, que pode sempre chegar pelo blog, daquilo que se pode e deve fazer a nível desportivo na cidade... amanhã, mais uma abordagem das necessidades prioritáricas de Santa Maria da Feira.