Mais de 500 anos depois dos votos ao mártir São Sebastião para acabar
com a peste que assolou o concelho de Santa Maria da Feira, centenas de
pessoas continuam a comprar a fogaça benzida pelos padres passionistas
para combater as doenças durante o ano. Ontem, a tradição voltou a
repetir-se, mais uma vez.
"É assim todos os dias 20 de Janeiro. No dia 19 à
noite, as fogaças são benzidas para alguns clientes que depois guardam
uma fatia para comerem quando ficam doentes", explicou ao CM Rogério
Portela proprietário do café Castelo, a mais antiga casa de fogaças do
concelho.
Muito mais do que um feriado municipal,
a festa das fogaceiras carrega um grande simbolismo religioso. Depois
de abençoadas as fogaças que as 300 crianças carregam à cabeça, como há
300 anos, a procissão sai à rua. Atrai milhares de visitantes de todo o
país e também da Galiza.
Antes de partir, todos
vão comprar o pão doce com os quatro coruchéus do castelo de Santa Maria
da Feira, uma receita que tem passado de geração em geração.
"Só
hoje [ontem] cozemos quase um milhar. Mesmo assim, não conseguimos
satisfazer todas as encomendas. Nesta altura, não se sente a crise",
acrescenta Rogério Portela. Nos dias anteriores, as fornadas destinam-se
aos emigrantes espalhados pelos quatro cantos do Mundo, quem mais
valoriza este doce tradicional.
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