A iniciativa já resultou na assinatura de um memorando de entendimento entre o município da Feira e a comunidade urbana de Kenitra, região que, segundo os seus governantes, é a maior produtora agrícola de Marrocos, tem a primeira zona franca de África, com 380 hectares para instalação de empresas, e é ainda responsável, no eixo com Casablanca, por 80 por cento da atividade económica do país.
Emídio Sousa, vice-presidente da Câmara da Feira, declarou à Lusa que a cooperação a estabelecer com Kenitra visa "potenciar negócios entre os dois países" e explicou que a aposta em Marrocos se deve a diferentes aspetos: "Para além de esse ser um mercado em franco desenvolvimento e com relações privilegiadas com a Europa, tem 40 milhões de habitantes, está a crescer muito em termos económicos e está também muito perto de Portugal, em termos geográficos".
O autarca da Feira refere que há já cerca de 200 empresas portuguesas em território marroquino e acredita que, "ao beneficiar do peso institucional de uma Câmara Municipal", o memorando de entendimento hoje assinado "ajudará muitos empresários portugueses a abrirem portas nesse país".
Assinado por Emídio Sousa e Aziz El Guermat, vice-presidente da Comunidade Urbana de Kenitra, o documento especifica, aliás, que "as partes se comprometem a prosseguir nos próximos meses os contactos necessários para elaborarem um protocolo de cooperação" - que não se restringirá à vertente económica, devendo alargar-se também à cultura, ao governo local, ao desporto e à ação social.
Aziz El Guermat defendeu que "Kenitra é uma excelente opção de investimento", sobretudo tendo em conta o atual esforço de pacificação por parte do Rei de Marrocos, no âmbito da Primavera Árabe.
"Kenitra tem uma comunidade bastante jovem, dinâmica e com grande vontade de cooperar", garante o responsável marroquino. "É um dos principais centros de negócios de Marrocos, beneficiando de uma excelente localização perto da capital, Rabat, e de outros grandes centros como Casablanca e Tânger".
Os cerca de 40 empresários marroquinos estão de visita a Santa Maria da Feira por três dias, durante os quais irão conhecer uma série de empresas, infraestruturas e equipamentos do concelho.
No primeiro caso, inclui-se a empresa de máquinas e ferramentas Central Lobão, a fábrica de alumínios e ferros ITAF, a fabricante de tubagens Alfatubo e a de torneiras e sanitários Cifial.
As outras visitas terão como destino o estabelecimento de ensino superior ISVOUGA, o estádio do Clube Desportivo Feirense, a associação desportiva GRIB, a empresa de gestão de resíduos Suldouro, o centro de congressos Europarque, a Biblioteca Municipal, o Museu do Papel e o Castelo da Feira.
Para Emídio Sousa, as indústrias ligadas à construção civil são as que se adivinham com mais potencial imediato de exportação para Marrocos. "O país está a desenvolver-se muito, precisa de produtos nessa área", afirma o autarca, "e os negócios com Portugal também serão facilitados pelo facto de os processos de movimentação de capitais marroquinos serem idênticos aos da União Europeia".
@ RTP
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