A Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira aprovou na sexta-feira a reforma administrativa do concelho que, das actuais 31 freguesias, passará a ter apenas 21, graças a cinco conjuntos de agregações.
A medida passou com a maioria dos votos do PSD, mas, exceptuando as abstenções de um deputado socialista e de outro popular, mereceu o voto contra da generalidade da bancada do PS, da CDU, do BE e de um independente.
Todos estes votos contra foram de oposição à reorganização em si mesma, por essa ferir a autonomia das freguesias e ainda não estar suficientemente esclarecida junto das respectivas populações.
Alfredo Henriques, presidente da Câmara Municipal, realçou que a condução do processo pela própria autarquia era a única forma de garantir o menor número possível de extinções: "Tomando nós a iniciativa, perdemos só dez freguesias. Com a Unidade Técnica, perdem-se 13".
Estando em causa a supressão de cinco juntas do PS e cinco do PSD, todas com menos de 2.500 habitantes cada, as novas uniões de freguesias são agora as seguintes: a de Canedo, que integra Vila Maior e Vale, a de Lobão (agregada a Gião, Louredo e Guisande), a das Caldas de S. Jorge, com Pigeiros, a de Santa Maria da Feira (com Travanca, Sanfins e Espargo), e a de S. Miguel do Souto, que se associa a Mosteirô.
A pronúncia da Assembleia determina que a reforma local só entre em vigor se a Lei 22/2012 vier efectivamente a aplicar-se à generalidade de todo o território nacional. José Carlos Martins foi um dos presidentes de Junta que se pronunciou sobre o assunto antes da tomada de decisão e reconheceu que "mais vale cortar dez do que 13 freguesias", à semelhança do que aconteceu com José Moreira, de Louredo, ao salientar que, perante a nova lei, a única alternativa "é cumprir".
Já Susana Correia, presidente da Junta de Espargo, lamentou os efeitos que a mudança de sede representará para a população local, uma vez que 63 por cento dos idosos não têm meios de deslocação próprios até ao centro da Feira.
Manuel Custódio, líder da Junta em Mosteirô, criticou a "falta de solidariedade por parte dos colegas das freguesias que não iam ser agregadas" e, a propósito das alternativas de associação a uma ou outra das localidades vizinhas, concluiu: "Depois da morte, tanto se me dá ser enterrado aqui ou acolá".
@ Correio da Manhã
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