O Movimento pela “Caixa das Artes JÁ!” congratula-se com a decisão da autarquia de Santa Maria da Feira, hoje divulgada através da Agência Lusa. Segundo comunicado desta agência noticiosa, terá caído a substituição integral do projecto Caixa das Artes pelo espaço do Europarque, obviamente desadequado à plataforma de criação.
Emídio Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, afirmou que, agora, se pretende apenas «substituir a construção de raiz do Pólo 2 da Caixa das Artes, vocacionado para a exibição de espectáculos, pela instalação dessa estrutura no centro de congressos Europarque». Com isto, salvaguarda-se a premissa base deste movimento: a salvaguarda do projecto íntegro e coeso para a plataforma de apoio à criação em artes de rua e performativas, cuja definição do futuro esteve em dúvida ao longo dos últimos 3 meses. Ficará a salvo o Pólo I da Caixa das Artes (imagem 1), por sinal a estrutura base de todo este processo.
Imagem 1 – Caixa das Artes – Pólo I – Academia [NOV 2011]
[imagem Câmara Municipal de Santa Maria da Feira]
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Devemos recordar que o Pólo 2 nasceu numa fase posterior e bem mais tardia deste percurso (há cerca de ano e meio) rumo ao apoio à criação em artes de rua, dando mais valor à intenção de requalificar o Cine Teatro António Lamoso. Assim, mesmo salvaguardando o conceito essencial do projecto e tendo em conta que, para a exibição de espectáculos das mais diversas índoles o Europarque dará uma resposta adequada, devemos recordar que a eventual eliminação do Pólo 2 nunca poderá acontecer se não forem cumpridos 2 requisitos básicos:
i) a requalificação ambiental da Pedreira da Pena, com a sua ligação à cidade pela praça amplamente anunciada, assim como a possível utilização do espaço para a apresentação de projectos de artes de rua (do projecto original o palco/jangada seria um conceito a manter);
ii) o abandono da substituição do Cine Teatro António Lamoso nunca poderá acontecer sem a salvaguarda do devido investimento na requalificação do profunda do espaço, com a plena convicção de que sem uma intervenção profunda e estrutural esta sala corre o risco de se tornar obsoleta e desadequada ao mercado cultural, a curto prazo.
Esperamos que esta decisão não volte a ser temporária e que o prazo, já demasiado tardio, de «arranque da obra em meados de 2013» não volte a ser vítima de outro qualquer atropelo. No entanto, consideramos que a Feira, os artistas, as companhias e as estruturas não podem esperar até 2014 pelo funcionamento da plataforma de criação. Mesmo sem o espaço físico, a Caixa das Artes deverá iniciar a sua actividade o quanto antes, dando mais valor à produção local que enfrenta o desafio da exportação de projectos.
Acreditamos no futuro: acreditamos na Caixa das Artes JÁ!
O Movimento pela Caixa das Artes JÁ!
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